O número de compradores que declararam ter comprado imóvel nos últimos 12 meses – voltou a declinar marginalmente entre o 3º trimestre de 2022 (11%) e o 4º trimestre de 2022 (9%), distanciando-se quatro pontos percentuais em relação ao patamar registrado no 4º trimestre de 2021 (13%). Os dados fazem parte da pesquisa Raio-X FipeZAP+ do 4º trimestre de 2022, co a resposta de 801 respondentes de todo o país entre os dias 10 e 31 de janeiro de 2023.
Em relação ao tipo do imóvel adquirido, parcela majoritária dos compradores consolidou a preferência por imóveis usados (73%), ao passo que, entre os objetivos declarados, o uso do imóvel como “moradia” prevaleceu sobre o objetivo “investimento”, abrangendo 61% desse público.
Considerando aqueles que adquiriram o imóvel para “moradia”, a opção “morar com alguém” foi majoritária (76%); ao passo que, entre os investidores, a intenção de alugar o imóvel dividiu o interesse com a revenda (ambos com 50%).
INTENÇÃO DE COMPRA
A proporção de respondentes que declararam intenção de adquirir imóveis nos próximos três meses oscilou marginalmente de 45%, no 3º trimestre de 2022, para 44%, no 4º trimestre de 2022. Entre aqueles que declararam intenção de adquirir um imóvel no futuro próximo, a maior parte dos respondentes declarou indiferença entre imóveis novos e usados (52%), seguida da preferência revelada por usados (39%).
Já em termos de objetivo, a maior parte dos compradores potenciais expôs a intenção de utilizar o imóvel para “moradia” (90%), superando amplamente a frequência da finalidade “investimento” na amostra do último trimestre de 2022 (10%).
Quanto ao percentual de transações efetivadas com desconto sobre o valor anunciado oscilou negativamente ao longo do segundo semestre de 2022, encerrando o ano com uma incidência de 63% sobre o número de transações realizadas nos últimos 12 meses – patamar muito próximo da média histórica registrada na pesquisa Raio-X FipeZAP+ (64%).
Considerando as transações que envolveram alguma redução no valor pelo qual o imóvel foi originalmente anunciado, o percentual médio do desconto negociado entre os compradores e os vendedores se manteve praticamente inalterado desde meados de 2021 (9%), em patamar inferior à média histórica (12%).
PREÇOS
Com relação à percepção dos respondentes em relação aos preços atuais, a parcela de respondentes que classificavam os valores dos imóveis como “altos ou muito altos” aumentou de 72% no 4º trimestre de 2021 para 75% da amostra do 4º trimestre de 2022, estabelecendo o maior percentual para esse trimestre desde 2015 (período em que essa percepção foi compartilhada por 76% dos respondentes da amostra). Paralelamente, o percentual de respondentes que enxergavam os preços atuais dos imóveis como “razoáveis” declinou de 19% para 15%, enquanto a percepção de que os preços atuais se encontravam em níveis “baixos ou muito baixos” oscilou de 4% para apenas 3% na mesma base comparativa.
Em relação à expectativa de preços para os próximos 12 meses, a última leitura revela uma queda no percentual de respondentes que projetavam alta nominal no valor dos imóveis – de 41%, no 4º trimestre de 2021, para 33% da amostra, no 4º trimestre de 2022.
Paralelamente, a participação de respondentes que partilham de uma expectativa de manutenção dos preços atuais oscilou negativamente de 27% para 26%, em contraste ao também discreto crescimento do grupo de respondentes que apostavam na queda para os preços (de 12% para 14%). Em termos de variação esperada para os preços, a maior alta foi projetada por compradores que adquiriram imóveis recentemente (+5,7%), em contraste com a expectativa média informada por proprietários (+2,5%) e, sobretudo, pelos compradores potenciais (-0,4%). Como resultado, a expectativa média da amostra foi novamente revisada para baixo, passando a projetar agora uma alta nominal de 1,0% para os próximos 12 meses.