O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) e a Brigada Militar desencadearam, nesta terça-feira, a segunda fase da Operação Retomada, com objetivo de combater o tráfico de drogas e a associação para o tráfico em um condomínio residencial do Programa Minha Casa, Minha Vida em Santo Antônio da Patrulha. Nesta etapa da ofensiva, estão sendo cumpridos três mandados de prisão em Santo Antônio da Patrulha e outros 19 mandados de busca e apreensão, sendo oito dentro do condomínio e 11 em outros endereços: sete em Santo Antônio da Patrulha, dois em Caraá e dois na Penitenciária Modulada Estadual de Osório.
Conforme as investigações, que são resultado de provas coletadas durante a primeira fase da operação, realizada em agosto de 2022, quando foram presas 20 pessoas, os integrantes da facção, comandada por dois irmãos recolhidos na Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas, alteraram o modus operandi, passando a vender entorpecentes fora das dependências do residencial, em pontos de fácil acesso pelos fundos do condomínio, embora ainda houvesse imóveis sendo ocupados pelos traficantes.
À época da primeira fase da ação, foi descoberto que o grupo tinha adquirido ou alugado cerca de 20 apartamentos, os quais eram utilizados para moradia, fracionamento e armazenamento de drogas. Eles também obrigavam moradores, mediante ameaça, a participar do esquema, havendo inclusive casos de pessoas que precisaram abandonar seus apartamentos.
“Embora a Operação Retomada tenha conseguido retirar grande parte dos agentes envolvidos no tráfico, sabemos que as facções criminosas sempre buscam restabelecer seu domínio territorial. É o que estava acontecendo, na medida em que novas pessoas ligadas ao grupo atuavam no residencial”, esclarece o promotor de Justiça Camilo Vargas Santana.
As investigações apontaram, ainda, que a quadrilha era dividida em duas células, sendo que parte dela atuava diretamente na venda, recolhimento do dinheiro obtido e armazenamento da droga, enquanto a outra era composta de pessoas responsáveis pelo transporte dos integrantes da facção e das substâncias. Na primeira fase da Operação Retomada, entre os investigados estava o proprietário de uma comunidade terapêutica destinada ao tratamento de dependentes químicos.