O secretário municipal de Mobilidade Urbana, Adão de Castro Júnior, estimou, em entrevista para o Esfera Pública, da Rádio Guaíba, que 100% dos ônibus da capital estarão circulando com ar-condicionado a partir de 2025. Dos 966 coletivos, somadas as frotas da Carris e das empresas privadas, 638 (2/3 do total) dispõem do equipamento. O montante já leva em conta 76 veículos em fase final de manutenção, que devem voltar a operar a partir da semana que vem.
A renovação de frota, efetuada anualmente, sofreu atrasos em razão da pandemia de Covid-19, que derrubou o número de passageiros e forçou a revisão dos contratos de concessão. Em paralelo à crise, a Prefeitura aportou um subsídio e buscou apoio federal para manter a tarifa em R$ 4,80. Para isso, negociou com os prestadores um prazo maior para a renovação da frota, embora mantendo a regra de que ônibus novos já venham equipados com ar condicionado. As empresas também ganharam prazo para regularizar a manutenção dos equipamentos que apresentaram defeito.
Vencida essa etapa, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) passou, nesta quarta-feira, a notificar as empresas que puserem nas ruas ônibus com o sistema de ar, sem ligar o aparelho. Até a metade de tarde, nenhum flagrante havia sido registrado. A partir da semana que vem, as prestadoras terão os veículos recolhidos e receberão multa de R$ 400, para cada irregularidade, caso os problemas persistam.
De acordo com a legislação em em vigor, veículos que possuem climatização devem rodar com o equipamento ligado a partir de 24ºC. Em caso de não cumprimento da determinação, usuários também podem registrar reclamação via 118 ou 156.
A regra não vale, em uma situação pontual, para 18 veículos articulados da Carris, que seguirão circulando com o ar desligado, embora contem com o serviço. De acordo com o secretário de Mobilidade, a empresa encontra dificuldade em repor as peças que apresentaram defeito. A Secretaria entende, contudo, que tirar de circulação esses veículos, de porte maior, prejudica o usuário ainda mais. Com isso, o grupo deixa de ser contabilizado no cálculo da frota equipada com ar.
Ainda de acordo com Castro Júnior, o custo mensal do município para manter o ar-condicionado operando no transporte coletivo vai chegar a R$ 826 mil por mês, a partir de fevereiro deste ano. O valor corresponde ao custo extra com o consumo de diesel, que aumenta de 18% a 30% em ônibus dotados de climatização.