O aumento do preço da gasolina anunciado na manhã desta terça-feira, 24, pela Petrobras, foi insuficiente para que se abra uma janela de importação do combustível. A avaliação do presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo que, antes do reajuste, estimava o valor da gasolina vendida pela Petrobras com uma defasagem de 14%, o equivalente a R$ 0,49, abaixo da cotação do produto no exterior, mesmo cenário para o diesel, que está 7%, ou R$ 0,34, abaixo da paridade internacional.
A estatal anunciou que a partir da quarta, 25, o preço da gasolina para as distribuidoras nas refinarias da empresa passará de R$ 3,08 para R$ 3,31 por litro, um aumento de R$ 0,23 por litro. Segundo Araújo, o preço no Golfo do México, usado como referência para medir a paridade de importação (PPI), política praticada pela estatal desde 2016, estava, antes do aumento, cerca de R$ 0,55 por litro em média acima do preço comercializado no mercado brasileiro.
“Ainda ficou um espaço para novo aumento, a gente esperava um reajuste maior. Desde que a Petrobras anunciou o último reajuste, há 50 dias, a gasolina já subiu R$ 0,61 por litro no Golfo”, disse o presidente da Abicom.
O último reajuste da Petrobras para a gasolina havia sido uma queda de 6,11%, em 7 de dezembro do ano passado. De acordo com Araújo, já são 13 dias de janela fechada para importação. No caso do diesel, que não foi reajustado pela estatal, a defasagem em relação ao mercado internacional está em 9%, o que poderia levar a um aumento de R$ 0,45 por litro para atingir a paridade, no cálculo da entidade.
A Petrobras afirmou em nota que esse aumento “acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio”.