O Brasil registrou um déficit recorde na balança comercial de produtos químicos de 2022 ao atingir US$ 63 bilhões em negócios, valor 36,4% superior ao total registrado em 2021, até então recorde de US$ 46,2 bilhões, e mais do que o dobro daqueles registrados no período anterior à pandemia. Entretanto, o setor acumulou US$ 80,3 bilhões de importação, o que equivale à aquisição de 57,4 milhões de toneladas, também o maior valor registrado ao longo de toda a série histórica de acompanhamento do indicador contra US$ 17,3 bilhões de exportações. Os números são da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).
Na comparação com 2021, as importações cresceram 32,3%, em que pese uma redução de 5,1% nas quantidades físicas adquiridas. No consolidado de 2022, foram registrados aumentos de valores em praticamente todos os grupos de produto – 75,1% em defensivos agrícolas, 63,2% em produtos químicos inorgânicos e 27,9% em produtos químicos orgânicos diversos.
Já as exportações tiveram um aumento de 19,5% na comparação com o ano anterior – o que se deve, em grande medida, ao aumento de 23,7% dos preços médios. Houve uma alta de 38% das importações originárias da Ásia (excluído o Oriente Médio), enquanto o crescimento médio das importações de todas as demais origens foi de 30%. Segundo a Abiquim, os números evidenciam a Ásia como principal fornecedora de produtos químicos para o Brasil (importações de US$ 24,3 bilhões) e com a qual se registra o maior desequilíbrio comercial setorial (déficit de US$ 22,4 bilhões).
Em termos de quantidades físicas, foram movimentadas 15,6 milhões de toneladas para os mercados de destino, redução de 3,4%, tendo reduções consideráveis nos volumes exportados de aditivos de uso industrial (-15,7%), de produtos petroquímicos básicos (-30,8%) e de resinas termoplásticas (-2,4%).