Mercado aguarda divulgação da lista de credores da Americanas a partir de hoje

Estimativas apontam documento com mais de 16 mil nomes

Foto: Divulgação/R7

Um dos próximos passos mais aguardados do processo de recuperação judicial da Americanas só deverá ocorrer a partir desta segunda-feira, 23, com a publicação da lista de credores da varejista, com mais de 16 mil nomes. Na decisão em que aceitou o pedido de recuperação judicial da Americanas, definida na quinta-feira, 19, pelo juiz Paulo Assed Estefan, da 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), estabeleceu prazo de 48 horas para a apresentação da lista completa, com a discriminação do passivo global.

Os empresários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, acionistas das Lojas Americanas, se manifestaram pela primeira vez desde que veio à tona o furo contábil de R$ 40 bilhões nas Americanas. Em comunicado oficial, eles afirmam que jamais tiveram conhecimento e que nunca admitiriam “quaisquer manobras ou dissimulações contábeis” na empresa.

Na sexta-feira, 20, as ações da Americanas deixaram de ser negociadas na B3. Em seis pregões, as ações saíram de R$ 12,00 para R$ 1,00, ou uma baixa de 91,67%. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) pede na Justiça que a Americanas tenha um único administrador judicial e não dois. Decisão judicial havia nomeado como administradores judiciais os advogados Bruno Rezende e Sergio Zveiter.

ENTENDA O CASO

A Americanas formalizou nesta quinta-feira, 19, pedido de recuperação judicial justificado por uma dívida de R$ 43 bilhões com 16,3 mil credores. O escândalo contábil de R$ 20 bilhões reportado há uma semana se transformou no quarto maior pedido de recuperação judicial do país, atrás apenas da Odebrecht – atual Novonor – (R$ 80 bilhões), Oi (OIBR3) (R$ 65 bilhões) e Samarco (R$ 55 bilhões), de acordo com levantamento dos escritórios Lara Martins Advogados e Mingrone e Brandariz.

Desde o anúncio do rombo, a empresa vem perdendo a capacidade operacional diante do rebaixamento de notas de crédito e bloqueio de recursos da empresa sob custódia de bancos.

A empresa alega na petição ter apenas R$ 250 milhões em caixa, dos quase R$ 8 bilhões anunciados na quinta-feira passada. A quantia não é suficiente para manter a operação, lembra a empresa. Já sobre o problema contábil, a varejista diz que “ainda é cedo para precisar o que aconteceu e quem são os efetivos responsáveis por esse infortúnio”.