O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres ficou calado em depoimento, na manhã desta quarta-feira, à Polícia Federal (PF). A assessoria do órgão confirmou que Torres optou por permanecer em silêncio.
Interlocutores do aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro dizem que ele adotou essa estratégia porque a defesa não teve acesso à investigação. A oitiva de Torres, que aconteceu no 4º Batalhão da Polícia Militar do DF, durou cerca de uma hora, mas ele respondeu apenas que não tinha “nada a declarar”. O delegado Alexandre Camões Bessa, que comanda a investigação dos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro, conduziu o interrogatório.
Torres vinha se preparando para negar que sabia que os atos antidemocráticos do dia 8 tinham potencial para chegar ao ponto de violência que chegaram, com invasão e destruição dos prédios dos três Poderes. Contudo, o pool de advogados avaliou, desde então, que esse discurso corria risco de não ser bem recebido, já que o Ministério da Defesa enviou um alerta de segurança à SSP-DF no dia anterior, 7 de janeiro.
De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, a PF também questionou Torres sobre o documento encontrado na casa dele, que vem sendo chamado de “minuta do golpe”. O texto fala em instaurar estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral para mudar o resultado das eleições.