Bolsonaro não pediu cidadania italiana, relata ministro das Relações Exteriores da Itália

Órgão confirmou que Eduardo e Flávio, por outro lado, entraram com solicitação em 2020 e seguem aguardando resultado do processo

Foto: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

O governo da Itália disse nesta terça-feira que o ex-presidente Jair Bolsonaro não solicitou cidadania e não deve obtê-la mesmo que se candidate, depois que centenas de apoiadores foram presos por invadir as sedes dos Três Poderes, em Brasília, nesse domingo.

Bolsonaro voou para os Estados Unidos no fim do ano passado, 48 horas antes do término do mandato. Ele se encontra sob investigação em pelo menos quatro inquéritos criminais no Brasil, e a imprensa brasileira noticiou que ele havia, supostamente, passado a buscar a cidadania italiana.

O ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, negou a informação. “Ele [Bolsonaro] não pediu [cidadania], e eu não acredito que ele possa tê-la, no que me diz respeito”, disse Tajani em uma entrevista a uma emissora de rádio italiana.

De acordo com a lei italiana, as pessoas podem reivindicar a nacionalidade se puderem provar que tiveram ancestrais italianos, sem nenhum limite geracional. Mas registros criminais são levados em consideração quando os pedidos vão a análise.

O bisavô de Bolsonaro nasceu em Anguillara, no nordeste da Itália, tornando o ex-presidente, assim com os filhos, elegíveis para a cidadania.

O Ministério das Relações Exteriores da Itália confirmou que dois dos quatro filhos de Bolsonaro, Eduardo, que é deputado federal, e Flávio, que é senador, solicitaram a cidadania em 2020. O pedido ainda está sendo processado.

No entanto, uma fonte diplomática disse que os consulados da Itália no Brasil foram inundados com pedidos, o que significa que deve levar anos até que os aspirantes recebam um passaporte italiano.

*Com informações da Agência Reuters