BC indica que inflação também vai superar a meta em 2023

Dirigente destacou que índice anual deve superar os 5%, enquanto a meta é de 3,25%

A Selic é o principal instrumento do BC para manter sob controle a inflação oficial - Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, reforçou hoje que “em 2023 a inflação ainda se mantém superior à meta” no cenário principal da autoridade monetária. A projeção da autoridade monetária é de inflação de 5% para este ano, enquanto a meta é de 3,25%, com intervalo de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. As afirmações foram feitas na carta dirigida ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em que o presidente da autoridade monetária justifica o descumprimento da meta de inflação de 2022.

“Em 2023, a inflação ainda se mantém superior à meta, em virtude principalmente da hipótese do retorno da tributação federal sobre combustíveis nesse ano e dos efeitos inerciais da inflação de 2022“, disse. “Esses efeitos são contrabalançados política monetária, embora não de forma integral, em virtude das diferenças temporais entre os impactos dos choques, de prazo mais curto, e os efeitos da política monetária, mais concentrados no médio prazo.”

O presidente do BC destacou que, por causa das mudanças tributárias, o Comitê de Política Monetária (Copom) “tem dado ênfase ao horizonte de seis trimestres à frente” para conduzir a taxa básica de juros, atualmente em 13,75% ao ano. “Nesse horizonte, referente ao segundo trimestre de 2024, a projeção de inflação acumulada em doze meses situa-se em 3,3%”, disse. Para 2024 e 2025, a meta em ambos os casos é 3%.