Os representantes dos três Poderes da República divulgaram, nesta segunda-feira (9), uma nota conjunta de repúdio aos ataques ocorridos no domingo (8) contra o Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF).
Assinada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT); presidente do Senado em Exercício, senador Veneziano Vital do Rêgo; presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira; e presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Rosa Weber, a nota reforça que os defensores da democracia rejeitam “os atos terroristas, de vandalismo, criminosos e golpistas” que aconteceram em Brasília.
A manifestação foi divulgada após encontro no Palácio do Planalto, na manhã desta segunda (9). Servidores do Congresso, Supremo e Planalto ainda fazem um levantamento dos danos causados ao patrimônio público durante os ataques de vandalismo.
Até o momento, ao menos 300 pessoas foram presas pela Polícia Civil do DF e 1.200 manifestantes detidos no acampamento do QG do Exército e encaminhados para a Polícia Federal.
“Estamos unidos para que as providências institucionais sejam tomadas, nos termos das leis brasileiras. Conclamamos a sociedade a manter a serenidade, em defesa da paz e da democracia em nossa pátria. O país precisa de normalidade, respeito e trabalho para o progresso e justiça social da nação”, conclui a nota.
Ataques
Vídeos publicados nas redes sociais mostram o momento em que os manifestantes subiram a rampa do Congresso Nacional e invadiram a parte superior, onde ficam as cúpulas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, além do Salão Verde, localizado dentro do edifício.
Depois, o grupo tentou invadir, com sucesso, o Palácio do Planalto, sede da Presidência da República, local onde o presidente da República despacha, em Brasília.
Manifestantes invadiram, ainda, o edifício do STF. No local, vidros foram quebrados e objetos destruídos nas dependências da Corte. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram inicialmente que a porta que o ministro Alexandre de Moraes utiliza para guardar a toga foi arrancada.
No início da madrugada de segunda (9), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, afastou o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), do cargo por, pelo menos, 90 dias e deu o prazo de 24 horas para que os acampamentos dos manifestantes sejam desmontados. Nesta segunda (9), a Polícia Militar do DF (PMDF) foi enviada ao Quartel General do Exército e os manifestantes começaram a ser retirados do local.
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, decretou intervenção federal na segurança do DF. Ainda nesta segunda, o Congresso Nacional se reunirá para votar o decreto.
A vice-governadora, Celina Leão (PP), assumiu o Governo do DF e o presidente da Câmara Legislativa do DF, Wellington Luiz (MDB), convocou sessão extraordinária para discutir o afastamento do governador e os atos antidemocráticos.