Corsan detalha medidas para enfrentar desabastecimento em Gravataí

Uma delas prevê desvio de água da Barragem do Incra, em Viamão, em uma extensão de sete quilômetros, até o rio Gravataí

Foto: Luiz Fernando Aquino/CP

Depois de o prefeito de Gravataí, Luiz Zaffalon, cobrar ações concretas da Corsan, no esforço de evitar o desabastecimento de 40 mil economias – o que pode deixar em torno de 150 mil pessoas sem água na cidade –, o diretor de operações da estatal, Milton Cordeiro, esteve na Prefeitura apresentando um plano de contingência. A implementação das medidas, no entanto, ainda depende de um decreto a ser assinado pelo governador Eduardo Leite.

As ações, ambas provisórias, só serão levadas a efeito quando o nível do rio Gravataí atingir cinco centímetros junto à bomba de captação, no Passo dos Negros. De acordo com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sem/RS), a medição apontou 26 centímetros nesta sexta-feira. Abaixo de 50, a situação é considerada crítica.

São duas as propostas da Corsan para manter o rio com volume suficiente para abastecimento de 60% da cidade – a partir da região do Parque dos Anjos e arredores. A primeira prevê o desvio de água do Banhado dos Pachecos (Barragem do Incra), em Viamão, por uma extensão de sete quilômetros, com volume estimado de 400 mil litros por segundo – similar ao do ponto de captação no Passo dos Negros.

A Corsan projeta ainda a compra de água de um açude particular, localizada no Barro Vermelho, próximo ao Loteamento Condado Del Rey, a partir de uma canalização que ainda deve ser construída, com um volume de 200 mil litros por segundo. Conforme o diretor de operações, esses trabalhos, se necessários, levarão em torno de dois dias.

Com as intervenções, a Corsan estima manter regular o abastecimento de água em Gravataí por 50 dias. O prefeito Zaffalon alerta que, embora sejam medidas que atenuem o risco de desabastecimento, a situação segue crítica, e a população precisa entender que não pode haver desperdício nem uso desnecessário de água.