A deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) tomou posse, nesta quarta-feira, ao cargo de ministra do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, o qual já exerceu durante os anos de 2003 a 2008. A cerimônia ocorreu no Palácio do Planalto, em Brasília, e contou com a participação do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e de diversas autoridades, como o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Durante a cerimônia, a nova ministra informou que João Paulo Capobianco vai ser o secretário-executivo – o número 2 – da pasta. Marina destacou que o cargo de Autoridade Nacional de Segurança Climática deve ser oficializado até março deste ano, assim como a criação do Conselho Sobre Mudança do Clima, comandado pelo presidente e que vai contar com a participação de todos os 37 ministérios do governo.
Marina Silva citou o caso envolvendo o indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, mortos na região do Vale do Javari, no Amazonas, em junho de 2022. A ministra comemorou ainda a retomada do Fundo Amazônia, autorizada recentemente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Marina havia recusado, inicialmente, o convite feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ocupar o cargo de Autoridade Nacional de Segurança Climática. Em reunião com o petista, ela disse que a função, a ser criada pelo novo governo, precisa ser desempenhada por um técnico, e não por alguém de perfil político.
O cargo de autoridade climática passou a ser cogitado por Lula como uma forma de acomodar no corpo ministerial Marina Silva e a senadora Simone Tebet (MDB-MS) – que depois assumiu o Ministério do Planejamento. O episódio virou um imbróglio, que levou ao adiamento de anúncios de diversos ministros por parte do presidente.
Diante da recusa, Lula convidou Marina para chefiar o Meio Ambiente novamente e ela aceitou. A deputada saiu do governo, em 2008, após vários embates com o PT e com o agronegócio. Em seguida, desfiliou-se do partido e só se reaproximou do petista na última campanha presidencial, pelas mãos de Fernando Haddad, atual ministro da Fazenda.
Mesmo após a reconciliação, Lula não participou da cerimônia de posse de Marina.