A Polícia Civil confirmou à Rádio Guaíba, nesta quarta-feira, que um confronto entre facções está por trás do aumento no número de homicídios em Canoas, na região Metropolitana. O conflito já resultou em cerca de 20 mortes, desde o fim de agosto. O assassinato do irmão de um traficante, no bairro Guajuviras, desencadeou os demais crimes, conforme as investigações. Desde dezembro, foram dez homicídios ocorridos na mesma região.
Segundo o delegado Robertho Peternelli, há hoje quatro facções atuando no Guajuviras. Para vingar a morte do irmão de uma liderança do tráfico, rivais mataram o pai e do irmão do líder de outra facção. Ainda de acordo com a Polícia Civil, conflito teve como pano de fundo razões pessoais, e não a disputa pelo “domínio” do bairro.
“A partir de uma morte que aconteceu em agosto, começou um ciclo de vingança. O irmão da vítima quis vingá-lo e a disputa ficou muito pessoal. O que tem gerado pontos de tensão é muito mais a vingança do que a disputa por territórios”, declarou Peternelli, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Canoas.
De acordo com o policial, o Guajuviras respondeu por quase metade das mortes violentas no município em 2022. Ele estima que, dos 76 homicídios registrados no ano passado, cerca de 35 tenham ocorrido no bairro.
Desde o início de janeiro, mais dois homicídios foram registrados no bairro. O último, na noite dessa terça, na rua HH, quando o motorista de aplicativo Erlon Baptista de Oliveira, de 49 anos, morreu baleado. A corporação investiga o suposto envolvimento da vítima com o tráfico, mas não descarta a tese de latrocínio (roubo seguido de morte).