Motoristas seguem insatisfeitos com os altos preços dos combustíveis registrados nas bombas da capital, mesmo depois da publicação, nesta semana, de uma medida provisória, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que prorroga a desoneração de tributos federais sobre os combustíveis por um prazo determinado. Na prática, as alíquotas de PIS/Pasep e Cofins sobre gasolina e etanol ficarão suspensas até 28 de fevereiro, e para óleo diesel, biodiesel e gás liquefeito de petróleo (GLP), até 31 de dezembro.
A majoração dos preços assustou, na virada de ano, mas a situação do setor varejista parece cada vez mais próxima de um equilíbrio. O presidente do Sindicato dos Postos de Combustíveis do RS (Sulpetro), João Carlos Dal’Aqua, observa que, a partir da definição dos tributos, há um ajuste natural do mercado. “É questão de poucos dias para que os preços estejam próximos dos patamares anteriores”, avalia. O Sulpetro, no entanto, não monitora os preços cobrados do consumidor.
O diretor-executivo do ProconRS, Rainer Grigolo, considera que o aumento dos combustíveis era algo esperado no fim do ano passado. No entanto, ele reitera que é preciso atenção especial quando o preço oscila de maneira desregrada, principalmente para cima. “É vedado aos postos de combustíveis especularem valores, em que pese a política de livre comércio. Como houve a prorrogação da política tributária no último dia 2, a expectativa é de que os preços se estabilizem em valores próximos aos praticados ao final de 2022”, disse.
Já o presidente do Sindicato de Taxistas de Porto Alegre (Sintáxi), Luiz Nozari, critica duramente o fim da desoneração, esperado para a partir de março, dizendo que “impostos abusivos” poderão levar a categoria a uma situação “insustentável”. A presidente do Sindicato dos Motoristas em Transportes Privados por Aplicativos (Simtrapli RS), Carina Trindade, lembra que de 30% a 40% nos ganhos dos trabalhadores do setor vão para a gasolina e o GNV, os principais combustíveis do segmento.
*Com informações do repórter Felipe Faleiro/Correio do Povo