Ex-chefe da PF em MG quando Bolsonaro sofreu atentado é cotado para número dois da corporação

Investigação chegou a ser criticada pelo presidente, mas Rodrigo Teixeira afirmou ter sido conduzida de maneira técnica

Foto: PF / CP Memória

O delegado Rodrigo Teixeira é o principal nome cotado para o cargo de diretor-executivo da Polícia Federal, considerado o número dois da corporação. De acordo com fontes consultadas pela reportagem, depois de convidado, ele já aceitou ocupar o posto, devendo ser anunciado nos próximos dias.

Rodrigo era o superintendente da corporação em Minas Gerais em 2018, quando o presidente Jair Bolsonaro (PL) sofreu um atentado a faca em Juiz de Fora. Ele é considerado próximo do delegado Andrei Rodrigues, escolhido pelo governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que assume em janeiro, para comandar a corporação.

Semanas após a facada, Bolsonaro criticou a investigação e chegou a dizer que o delegado do caso agia “em parte como uma defesa do criminoso”. Teixeira, então, respondeu, afirmando que as diligências vinham sendo conduzidas de maneira técnica e imparcial. Ele acabou exonerado em fevereiro de 2019.

Rodrigo Teixeira chegou a ser convocado para prestar depoimento em um inquérito que apurou se Bolsonaro tentou interferir na corporação. A oitiva tinha sido autorizada pelo ministro Celso de Mello, mas acabou suspensa.

Teixeira já chefiou a Delegacia de Repressão ao Tráfico de Entorpecentes no Tocantins, trabalhou no Núcleo de Combate a Crimes Financeiros em Minas Gerais, onde também atuou como corregedor. O nome dele é bem visto internamente, por já ter defendido correções salariais e de pessoal da corporação.

Outros nomes cotados incluem os do delegado Eugênio Ricas, que pode ser nomeado para a Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Dicor), e de Ricardo Saadi, para a Interpol.