A economia do Rio Grande do Sul apresentou crescimento de 1,3% no terceiro trimestre de 2022 na comparação com o trimestre anterior. Em relação ao mesmo período de 2021, o Produto Interno Bruto (PIB) registrou queda de 2,8%. Os dados do trimestre que vai de julho a setembro apontam que o Estado teve desempenho superior ao Brasil (+0,4%) na comparação com os três meses anteriores e números abaixo dos do país quando a referência é o mesmo período do ano passado (-2,8% contra +3,6%).
Os resultados da economia gaúcha no terceiro trimestre foram divulgados nesta quinta-feira, 15, pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG). No acumulado do ano, de janeiro a setembro de 2022, a queda no PIB do Estado é de 6,6%, enquanto no Brasil a alta é de 3,2%.
No acumulado de três trimestres, a queda de 6,6% no PIB do RS em relação ao mesmo período de 2021 é explicada especialmente pela baixa na Agropecuária (-50,5%). Indústria (+3,1%) e Serviços (+3,2%) registraram altas entre janeiro e setembro. Na taxa acumulada dos últimos quatro trimestres, a economia do Estado teve variação negativa de 4,2%, enquanto no País a alta foi de 3,0%.
“Após a passagem dos principais efeitos da estiagem sobre a agropecuária, a economia gaúcha voltou a crescer no terceiro trimestre do ano, impulsionada pelos desempenhos positivos da indústria e dos serviços”, ressalta o economista Martinho Lazzari, chefe da Divisão de Análise Econômica do DEE.
AGRONEGÓCIO
Entre os principais setores da economia, na comparação do terceiro com o segundo trimestre do ano, o RS registrou alta nos três segmentos, sendo a mais expressiva na Agropecuária (+41,8%), seguida da Indústria (+1,3%) e dos Serviços (+0,9%). Na Indústria de Transformação, o crescimento no período foi de 0,6% (+0,1% no Brasil), enquanto as atividades de Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana tiveram alta de 1,2% (+0,6% no país). Nos Serviços, as atividades ligadas ao Comércio obtiveram desempenho positivo (+1,5% contra -0,1% do país).
Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, entre as grandes atividades, a Agropecuária registrou queda de 34,7%, enquanto a Indústria (+6,2%) e os Serviços (+3,1%) apresentaram elevações importantes. Por segmento, a Indústria foi o principal destaque positivo nesta base de comparação, com alta acima da observada no país (+6,2% contra +2,8%). Todas as atividades industriais registraram alta: Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (+16,3%), Construção (+6,1%), Indústria de transformação (+4,2%) e Indústria extrativa mineral (+2,3%).
Com maior peso no Valor Adicionado Bruto (VAB), que é o PIB menos o valor dos impostos, da indústria, a Indústria de transformação viu seu resultado puxado pelo desempenho das atividades de Máquinas e equipamentos (+17,5%), Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (+33,0%), Produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (+7,8%) e Couro, artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (+11,6%). Entre as principais baixas ficaram as atividades de Fabricação de produtos químicos (-13,9%), Produtos de metal (-9,8%), Metalurgia (-17,2%) e Fabricação de móveis (-11,8%).
Nos Serviços, o crescimento de 3,1% foi sustentado pelas atividades de Serviços de informação (+10,3%), Outros serviços (+7,0%) e Comércio (+6,6%). Entre as 10 principais atividades comerciais, quatro registraram alta, com destaque para Hipermercados e supermercados (+5,4%), Combustíveis e lubrificantes (+47,8%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria, cosméticos (+5,0%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (+20,2%). Materiais de construção (-10,5%), Comércio de veículos (-7,5%) e Vendas de móveis e eletrodomésticos (-12,8%) tiveram as quedas mais representativas do período em relação ao ano anterior.