Setor hoteleiro quer ‘garantia de segurança’ para posse após atos de vandalismo em Brasília

Funcionários de hotéis relataram ter encontrado balas de borracha e janelas quebradas em quartos de hóspedes

Foto: Luiz Calcagno/R7

Empresários do setor hoteleiro vão se reunir na tarde desta terça-feira com representantes da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) e outros órgãos do governo local para tratar dos danos em hotéis após as manifestações ocorridas na noite dessa segunda-feira na área central de Brasília.

Funcionários desses estabelecimentos relataram à Record TV ter encontrado balas de borracha e janelas quebradas em quartos de hóspedes. Os empresários pedirão aos órgãos públicos algum tipo de garantia de segurança para o dia da posse, em 1º de janeiro, tendo em vista que já há lotação de praticamente 100% dos hotéis para esse evento.

Organizado em resposta à prisão do cacique José Acácio Xavante, líder indígena que questiona o resultado das eleições deste ano e incita atos de violência contra o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o protesto começou, ontem à noite, após manifestantes tentarem invadir a sede da Polícia Federal (PF), na Asa Norte, em Brasília.

Por volta de 20h, os manifestantes começaram a atear fogo nos carros estacionados no Setor Hoteleiro Norte. Diversos veículos foram incendiados. Hóspedes não conseguiram chegar aos hotéis na região e aguardaram a situação se normalizar em um shopping.

Um veículo da Defesa Civil sofreu depredação e cinco ônibus foram queimados pelos manifestantes.

Motivação
A pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão temporária de José Acácio Tserere Xavante, pelo prazo inicial de dez dias, pela suposta prática de condutas ilícitas em atos antidemocráticos após as eleições.

A PGR afirmou que Tserere “vem se utilizando da sua posição de cacique do Povo Xavante para arregimentar indígenas e não indígenas para cometer crimes, mediante ameaça de agressão e perseguição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e dos ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso”.

Para Moraes, “a restrição da liberdade do investigado, com a decretação da prisão temporária, é a única medida capaz de garantir a higidez da investigação”.

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