A Polícia Civil confirmou à Rádio Guaíba, nesta sexta-feira, que registrou o quinto caso relacionado a golpes através do Grindr, um aplicativo de relacionamento direcionado à comunidade LGBTQIA+, em Porto Alegre. Apesar de as investigações estarem em fase preliminar, a corporação suspeita que os roubos possam estar ligados a um mesmo grupo de assaltantes que, após marcarem encontros na plataforma, rendem as vítimas, cometendo os crimes.
“[O modus operandi dos criminosos] é sempre o mesmo. São dois homens que entram em contato com a vítima, vão até a residência dela e, antes de iniciar qualquer prática sexual, já começam a praticar violência física e psicológica”, declarou a delegada Andrea Mattos, titular da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância.
No boletim de ocorrência registrado na última quarta-feira, a vítima relatou ter sido rendida pela dupla dentro do apartamento onde mora, na região Central. Armados, os criminosos amarraram o homem e subtraíram dele aproximadamente R$ 4 mil por meio de transferência bancária.
Desta vez, no entanto, a dupla despiu e fotografou a vítima. Segundo a delegada, não há registro dessa prática nas ocorrências anteriores. Ela não descarta que a sujeição tenha sido motivada por preconceito à orientação sexual da vítima. Até o momento, contudo, o caso é investigado como roubo, e não crime de ódio.
Delegada não recomenda uso de app
Segundo a titular da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância, mesmo que ainda seja cedo para traçar uma relação entre as ocorrências, não é recomendado que se utilize o Grindr enquanto as investigações ainda estiverem em andamento.
“Eu, sinceramente, deixaria de acessar o aplicativo por um tempo. Pelo menos até que a gente consiga chegar a essa quadrilha. E, caso tenha havido alguma coisa ‘estranha’, é importante que se faça a denúncia”, enfatizou a delegada.
Denúncias anônimas podem ser feitas através do WhatsApp da delegacia: (51) 98595-5034.