O comandante-geral da Brigada Militar, coronel Cláudio dos Santos Feoli, declarou à Rádio Guaíba, na manhã desta quinta-feira, que, mesmo após a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para desobstrução de vias, não há prazo para que os manifestantes pró-intervenção das Forças Armadas desmontem o acampamento no entorno do Comando Militar do Sul, erguido na esquina da Avenida Padré Tomé com a Rua Sete de Setembro, no Centro Histórico de Porto Alegre. Ele também descartou o uso da tropa de choque para retirar os manifestantes que protestam no local desde o dia seguinte ao segundo turno das eleições, contestando o resultado do pleito.
“Não nos pareceu adequado fazer uma desobstrução forçada, como alguns aguardavam”, declarou o comandante. “Em nenhum momento frisamos um ‘deadline’. Nós estamos atuando dentro da técnica e assim faremos até que tenhamos um desfecho. A BM é a polícia de Estado e, portanto, tem o compromisso com a integridade física de todos os gaúchos, inclusive a dos manifestantes. É importante também que se entenda que sinalizações são necessárias para que possamos buscar uma solução para essa demanda que, sem dúvida, é um fato sui generis nos 32 anos de serviço que eu tenho”, complementou.
Reunião com Alexandre de Moraes
Durante a entrevista ao programa Agora, o coronel também confirmou que esteve em Brasília, na tarde de ontem, na reunião promovida pelo ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com os comandantes gerais das Polícias Militares sobre os protocolos de segurança adotados durante as eleições. Segundo ele, a presença no encontro foi definida através de um convite, e não de uma convocação.
“Na ocasião, o ministro se limitou a agradecer a atuação dos policiais militares durante o primeiro e o segundo turno das eleições. No momento seguinte, foi colocado a todos os comandantes-gerais a possibilidade de manifestação. A Brigada Militar se pauta pela regulação do equilíbrio e, sobretudo, pelas consequências do que faz. Isso foi pontuado ao ministro Alexandre de Morais. Neste caso [em Porto Alegre], temos uma via que não importa em fluxo de trânsito considerável e, portanto, o nosso protocolo nos traz a negociação como a primeira opção, e ela deve ser esgotada”, enfatizou o coronel.