“Não vai ser um governo gastador”, garante Alckmin, sobre teto de gastos

Mercado reagiu negativamente após presidente eleito criticar regra do teto de gastos e questionar a reforma trabalhista

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Após a reação negativa do mercado diante da possibilidade de o governo eleito furar a regra do teto de gastos, o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), garantiu nesta quarta-feira que o governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não vai ser “gastador”.

“O presidente Lula, se pegar os dois mandatos (à frente do Palácio do Planalto), teve a marca da responsabilidade fiscal. Não vai ser um governo gastador, mas precisa ter o mínimo para, de um lado, garantir proteção social, ainda mais nesse momento de crise socioeconômica, e, de outro lado, o funcionamento do Estado”, afirmou Alckmin.

“Não pode parar obra. Não há nada mais caro do que obra parada. E também ter o mínimo para investimento, porque vai ser importante na retomada do crescimento econômico. A questão da ancoragem (fiscal) vai ser debatida com mais calma. Não é nesse momento”, completou.

Na última semana, o mercado reagiu negativamente após Lula questionar a reforma trabalhista e criticar o teto de gastos. No dia da declaração do petista, na última quinta-feira, houve um salto de 4,09% do dólar. O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, desabou mais de 4%.

PEC da Transição

A expectativa da equipe é que o texto da PEC da Transição seja apresentado ainda nesta quarta-feira. A matéria prevê alterações, como a retirada do Auxílio Brasil, que volta a se chamar Bolsa Família, do teto de gastos, o que deve abrir espaço, para outras despesas, de R$ 105 bilhões.

O texto vai servir, ainda, para que Lula banque promessas feitas durante a campanha eleitoral, como a correção do salário mínimo acima da inflação e a recomposição de recursos para programas, como o Farmácia Popular.

O vice-presidente eleito destacou que a matéria deve ser bem recebida pelos parlamentares e que nenhum partido político se opõe à ideia. Os gastos, porém, devem causar o aumento da dívida pública.