Polícia investiga morte de menina de dois anos em Santa Vitória do Palmar

Laudo médico confirmou que a criança foi vítima de traumatismo craniano e hemorragia cerebral; mãe e padrasto foram presos

POLÍCIA
Motorista de 51 anos, natural de Piraquara, Paraná, morreu no acidente

A Polícia Civil começou a apurar a causa da morte uma menina de dois anos que chegou sem vida à Santa Casa de Santa Vitória do Palmar, no último domingo. O laudo médico confirmou, nesta terça-feira, que a criança sofreu traumatismo craniano e hemorragia cerebral. Ela chegou ao local levada pela mãe, de 26 anos, e o padrasto, de 24. Devido às lesões no corpo da criança, que também tinha hematomas no rosto, o Conselho Tutelar, acionado, chamou a Brigada Militar, que conduziu o casal até a delegacia da cidade.

O delegado Marcos Bottin conta que não há registros de denúncias anteriores contra os dois, que residiam na localidade de Arroito. O Conselho Tutelar encontrou no local a outra filha da mulher, de três anos, trancada em um dos quartos da casa. Em depoimento, a mulher admitiu ter dado uma “chinelada” na menina que faleceu. Bottin explica que, diante das evidências, prendeu o pai e a mãe da menina em flagrante e representou pela preventiva do casal. A mulher segue no Presídio de Santa Vitória, e o homem na Penitenciária Estadual de Rio Grande.

O delegado relata ter comparecido ao hospital e presenciado uma conversa entre a enfermeira que fazia o atendimento e a irmã da vítima. “Ela tinha marcas nas pernas, nas costas e no rosto. A enfermeira perguntou o que ocorria e a criança disse que a mamãe e o titio (o padrasto, no caso) batiam”, conta o policial.

A irmã da menina vai ficar em um abrigo, em Santa Vitória, e o pai das duas crianças deve ser ouvido nos próximos dias. “Ele disse previamente que não via as duas há algum tempo. A mãe justificou as lesões alegando que a menina que  morreu tinha anemia e, por isso, tomava remédio a base de ferro, o que fazia com que ficasse fraca e caísse sozinha”, relata o delegado.

A mãe e o padrasto viviam juntos há cinco meses. Os laudos da perícia afastaram a ocorrência de violência sexual nas crianças. “Eles foram presos em flagrante por homicídio qualificado, mas ainda estamos investigando os crimes contra a menina sobrevivente”, finaliza o delegado.