Após a reunião desta terça-feira do gabinete de crise, o governador do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Júnior, afirmou que determinou o emprego dos batalhões da Brigada Militar para conter as manifestações que provocaram bloqueios em estradas do território gaúcho desde essa segunda-feira. De acordo com o Ranolfo, a intenção é retomar de maneira imediata o controle das rodovias que foram interrompidas pelos protestos contra o resultado das eleições do último domingo.
“Posso dizer que agora é que estamos começando a controlar a situação. Ontem, eu não tenho como negar, que o cenário estava fora de qualquer razoabilidade, quando tínhamos mais de 60 trechos bloqueados”, argumentou Ranolfo. “Então por isso determinei o emprego dos nossos batalhões para usar a força necessária para conter essas manifestações. A ideia inicial é tentar dissuadir as pessoas na base da conversa, mas se não houver resultado, vamos agir, autuando todos, identificando cada um e até mesmo empresas. Depois disso, vamos remeter tudo à Justiça, como manda a determinação do STF”, acrescentou o governador.
O governador assegurou que os protestos eram monitorados desde o início e que não havia como se antecipar a tudo sem saber a dimensão das reivindicações. “Conversei com vários governadores sobre essa questão e num primeiro momento a gente entende que a manifestação possa ser pacífica, é algo natural. Agora, quando ela se excede, o estado precisa agir. Respeitamos qualquer protesto, mas desde que seja ordeiro e pacífico. O resultado das eleições já foi proclamado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ganhar ou perder um pleito faz parte do jogo democrático”, disse.
Mais cedo, a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), localizada em Canoas, chegou a ficar bloqueada e depois foi liberada. Segundo Ranolfo, o local é um dos pontos estratégicos que serão priorizados pelas forças de segurança gaúchas. “A escolha dos locais vai depender da operacionalidade. As autoridades estão reunidas e discutindo sobre isso. Claro que a Refap é um ponto importante, mas há outros locais que precisam ser monitorados. Espero que a reunião das 18h do nosso gabinete seja para falar de um outro cenário, diferente deste que estamos vendo”, colocou.
Conflito em Novo Hamburgo
Um cenário de tensão se instalou em um trecho da BR 116 em Novo Hamburgo. Um grupo de manifestantes entrou em conflito com a tropa de choque da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e bombas de gás lacrimogêneo foram arremessadas para conter o avanço do protesto. No local, o trânsito começou a fluir normalmente depois da intervenção dos policiais.
Insatisfeito com a ação da PRF, um manifestante, que não quis se identificar, explicou que a intenção era resistir. “O que aconteceu aqui foi uma pena. Estávamos aqui exercendo o nosso direito constitucional, mas fomos alvos de bombas”, relatou o homem que não quis se identificar.