O chefe de comunicação da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), Fabio Wajngarten, afirmou nesta quinta-feira que os dados sobre as supostas falhas em inserções de rádio são “sólidos e confiáveis” e que a equipe de Bolsonaro não vai aceitar “condição desigual” na disputa ao Palácio do Planalto.
“A gente quer uma condição igualitária dentro do processo eleitoral democrático. A gente não aceitará condição desigual. Esse é o pleito da ação proposta no TSE [Tribunal Superior Eleitoral]”, comentou em entrevista à rádio Jovem Pan. Segundo ele, houve uma “sucessão de equívocos de interpretação” por parte do tribunal ao analisar a denúncia protocolada pelos advogados do presidente da República.
“As campanhas são responsáveis por enviar os mapas de mídia e todas as rádios com licença ativa na Anatel deveriam estar plugadas no pool”, comentou. “O que queremos saber é o nível de qualidade de serviço ao longo do processo eleitoral, se todas as rádios [com registro] na Anatel estão dentro do pool e se baixaram os respectivos planos de mídia diariamente, bem como os filmes. Isso não é atribuição das campanhas, é do TSE”, destacou.
Após as denúncias, o tribunal esclareceu que as inserções para rádio e televisão devem ser encaminhadas ao pool de emissoras, e os veículos devem se planejar para acessar as mídias e cumprir a legislação na divulgação do material.
Para isso, os canais de rádio e TV de todo o país devem manter contato com o pool de emissoras, que se encarrega do recebimento das mídias encaminhadas pelos partidos, em formato digital, e da geração de sinal da propaganda eleitoral.
Ainda de acordo com Wajngarten, a campanha do presidente Jair Bolsonaro dispõe de todos os comprovantes de que enviou o material ao pool de emissoras. “Nós cumprimos todas as obrigações legais de entrega do material desde o início da autorização para a propaganda eleitoral gratuita, em 16 de agosto. Me certifiquei de que não falhamos nenhum dia, temos todos os comprovantes de envio do material.”
“Muito se falou que estávamos no intuito de tumultuar as eleições. De modo algum, fizemos de forma cautelosa, profissional, técnica, com duas empresas renomadas. Essa auditoria é comum no ecossistema do mercado publicitário”, destacou.
Segundo a defesa do presidente Bolsonaro, rádios das regiões Norte e Nordeste deixaram de veicular ao menos 154 mil inserções de propaganda eleitoral da campanha do candidato à reeleição no segundo turno. No documento, os advogados dizem que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode ter sido beneficiado com maior número de inserções em rádios das duas regiões.