Os moradores dos bairros Jardim Europa, Boa Vista e Três Figueiras, localizados nas zonas Norte e Leste de Porto Alegre, foram os que pagaram, em setembro, as maiores taxas de condomínio por metro quadrado da cidade. Os dados fazem parte de uma pesquisa inédita feita pelo Loft Dados, núcleo da startup Loft que dissemina análises sobre o mercado imobiliário.
No Jardim Europa, que lidera o ranking, o valor da taxa por metro quadrado, em média, chegou a R$ 7,62 no mês passado. Na prática, isso significa que o morador de um apartamento de 80 metros quadrados localizado no bairro pagou aproximadamente R$ 600 de condomínio no último mês, o equivalente a quase 50% do salário mínimo nacional, que é de R$ 1.212.
No Boa Vista e Três Figueiras, que aparecem logo atrás do Jardim Europa, o valor médio do condomínio por metro quadrado em setembro ficou em R$ 7,53 e R$ 7,44, respectivamente. A taxa média de condomínio na cidade no mesmo período chegou a R$ 6,40 por metro quadrado.
No ranking dos 10 bairros com as maiores taxas também aparecem Chácara Das Pedras (R$ 7,31 por m²); Glória (R$ 7,11 por m²); Ipanema (R$ 7,10 por m²); Jardim Salso e Mont’Serrat (R$ 7,09 por m²); Tristeza (R$ 7,08 por m²), e Bela Vista (R$ 7,05 por m²).
De acordo com Rodger Campos, gerente de Dados da Loft, uma série de requisitos pode explicar a formação da taxa de condomínio. “Se o prédio está em local nobre, há uma demanda maior por serviços de mais qualidade, o que encarece a taxa”.
“Mas há outros fatores. Se o prédio é antigo, tende a ter uma taxa mais alta, porque a manutenção é mais cara, incluindo o gasto com folha de pagamento. Se o prédio possui facilidades como piscina, academia ou playground também tende a ter uma taxa mais elevada, para manutenção dessa estrutura”, completa Campos.
Para entender como a cobrança do condomínio pesa no bolso da população porto-alegrense, o Loft Dados mapeou informações de 71 bairros da capital que tinham ao menos 100 imóveis anunciados nos últimos três meses. Ao todo, foram consideradas informações de mais de 279 mil apartamentos à venda.
Outro estudo do núcleo mostrou que o valor do condomínio é um dos três itens que os compradores de imóvel mais põem no lápis na hora de escolher um apartamento, atrás apenas das características da unidade e da localização pretendida.
Fatores que interferem no valor do condomínio:
• Quantidade de apartamentos – prédios com menos unidades tendem a ter taxas de condomínio mais caras, já que há menos moradores para dividir o custo;
• Conforto oferecido – quanto mais serviço e conveniência, maior o custo de manutenção. Por exemplo, condomínios com piscina são mais caros que imóveis similares sem piscina;
• Despesas com funcionários – a folha de pagamento dos empregados de um condomínio, como zeladores, porteiros e faxineiros, também entra na conta;
• Idade do condomínio – imóveis mais velhos tendem a ter maior custo de manutenção;
• Inadimplência – se muitos moradores devem a taxa condominial, a conta acaba pesando para quem paga em dia.