Um eleitor do ex-presidente e candidato do PT ao Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva, matou a facadas um apoiador do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, na tarde dessa terça-feira, em Itanhaém, litoral de São Paulo.
O caso veio à tona nesta quarta. A Polícia prendeu o suspeito do crime, tratado como homicídio doloso. De acordo com o próprio suspeito e testemunhas ouvidas pela polícia, o assassinato teve motivação política.
A investigação revela que o indiciado é Luiz Antônio Ferreira da Silva Santos, apoiador do PT, e a vítima é José Roberto Gomes Mendes. O portal R7 tenta localizar a defesa de Luiz Antônio.
De acordo com a Polícia Civil de Itanhaém, ambos discutiram dentro de casa. Após entrarem em luta corporal. José Roberto teve a morte constatada pelos médicos do Samu que estiveram no local.
A Polícia Militar confirmou as informações. Em nota, a corporação disse que os agentes de segurança foram acionados para atender “a uma ocorrência de agressão por meio da utilização de uma arma branca [faca]”.
Ao chegarem ao local, os policiais se depararam com um homem de 52 anos caído no chão e com vários ferimentos no rosto, costas e pescoço, provocados por um objeto perfurocortante.
Em seguida, os policiais conseguiram prender um homem de 42 anos, que disse ser amigo e morar com a vítima. Segundo o agressor, a faca era de José Roberto e, na hora da confusão, ele próprio caiu sobre a arma.
Assassinatos com motivação política
Esta não é a primeira vez que uma discussão política termina em morte no Brasil neste ano. Em julho, o policial penal Jorge Guaranho, apoiador de Bolsonaro, assassinou o então tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), Marcelo de Arruda. O crime ocorreu no dia da festa de aniversário do petista.
Guaranho entrou no local da festa e disparou várias vezes contra o petista, que revidou. O policial penal sobreviveu, sendo indiciado por homicídio duplamente qualificado — por motivo torpe e por causar perigo comum às pessoas presentes ao local do crime.
Dois meses depois, em setembro, um apoiador do presidente Bolsonaro matou um apoiador do ex-presidente Lula em uma propriedade rural no município de Confresa, em Mato Grosso, na noite de 7 de setembro — dia em que se comemora a Independência do Brasil.
Segundo a Polícia Civil, a discussão teve início por questões políticas, conforme informado pelo suspeito, de 24 anos. Ele teve a prisão em flagrante convertida em preventiva (sem prazo de duração) pelo Judiciário.
Veja a nota emitida pela Polícia Militar de Itanhaém (SP):
“NOTA DE IMPRENSA:
29º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR DO INTERIOR
A fim de atender pedido de informação oriundo deste conceituado órgão de imprensa, o Vigésimo Nono Batalhão de Polícia Militar do Interior, por meio da sua Seção de Comunicação Social, informa que em 04 de outubro de 2022, por volta das 15h00min, Policias Militares da 2ª Cia do 29ºBPM/I foram acionados para atendimento de uma ocorrência de agressão por meio da utilização de uma arma branca (faca), pela Avenida Santo André, Nova Itanhaém, Itanhaém, pelo local a equipe localizou um homem de 52 anos, caído ao solo com vários ferimentos no rosto, costas e pescoço, causados por um objeto perfurocortante, sendo constatada a sua morte pela equipe médica do SAMU, em ato contínuo, os Policiais Militares detiveram um homem de 42 anos, que relatou ser amigo da vítima e ambos moravam juntos, que houve uma discussão entre eles por divergências de opiniões políticas, e que a vítima é quem estaria com a faca, e no momento do desentendimento caiu sobre ela. O indivíduo detido foi conduzido à Delegacia de Investigações Gerais de Itanhaém, onde está sendo elaborada a ocorrência, demais fatos serão apurados pela Polícia Civil.
Itanhaém, 04 de outubro de 2022.
NEY ALEXANDRE CECCONELLO
Tenente Coronel PM Comandante”