O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75%, interrompendo o maior ciclo de altas em 23 anos. A maioria dos analistas indicavam a manutenção do percentual. Em comunicado após a última reunião em agosto, o órgão havia informado que elevaria a taxa em 0,25 ponto percentual nesse encontro de setembro, diante dos riscos de que a inflação fique acima da meta em prazos mais longos, o que não se confirmou.
O colegiado, no entanto, estava dividido entre uma elevação para 14% ao ano ou a manutenção da taxa básica, como esperava o mercado financeiro. Com a decisão, a autoridade monetária interrompe o um ciclo de 12 elevações seguidas, saindo de 11,75 pontos percentuais em março de 2021, e o mais longo ciclo de alta desde 1999.
De acordo com o Relatório Focus, a expectativa é que a Selic termine o ano nesse patamar. Além da reunião que começou na terça-feira, o Copom tem mais dois encontros em 2022, em outubro e dezembro.
A queda da inflação nos últimos dois meses também reforçou a previsão das instituições financeiras pela manutenção da Selic. Em julho, houve deflação de 0,68% e, em agosto, de 0,36%. Com esse último resultado, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA – a inflação oficial do país) acumula alta de 4,39% no ano e de 8,73% em 12 meses.
TAXA NOS EUA
Em cenário oposto, antes do anúncio no Brasil, o Federal Reserve (o banco central norte-americano) informou sua decisão também envolvendo a taxa de juros. Se por aqui se aposta em estabilidade, os americanos apostaram na elevação entre 0,75 percentual. É o maior patamar desde