A Mercedes-Benz do Brasil vai acabar com 3,6 mil postos de trabalho em sua fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. O número equivale a 35% do total de 10,4 mil funcionários empregados na planta que produz caminhões e ônibus, e a 60% do pessoal das áreas que serão afetadas.
A montadora comunicou que decidiu terceirizar atividades de setores como logística, manutenção, fabricação e montagem de eixos dianteiro e transmissão média, ferramentaria e laboratórios, impactando diretamente 2,2 mil trabalhadores.
O grupo alemão também não vai renovar os contratos temporários de 1,4 mil funcionários que vencem em dezembro, segundo informou em comunicado. Nesse caso, a justificativa é se ajustar à demanda do mercado de veículos comerciais, que, na visão da montadora, deve apresentar uma queda no próximo ano.
A direção da Mercedes-Benz afirma que em razão dessa perspectiva e do aumento da pressão dos custos, é necessário focar sua atuação na produção de caminhões e chassis de ônibus, além do desenvolvimento de tecnologias e serviços do futuro.
Em menos de três anos, a cidade de São Bernardo do Campo, conhecida como o maior polo automotivo do País, já perdeu as fábricas da Ford – que encerrou atividades no País – e da Toyota, que está transferindo suas operações locais para o interior de São Paulo, onde têm outras unidades.
No local onde funcionou a fábrica da Ford por 50 anos, está sendo construído um grande centro logístico. A Toyota vai terminar de transferir suas atividades para as unidades de carros em Sorocaba e Indaiatuba e de motores em Porto Feliz em 2023, e depois, deve negociar a venda do prédio onde funcionou por 60 anos.