Rosane Machado Marques e Anderson da Silva Cavalheiro, pais de Gabriel Marques Cavalheiro, de 18 anos, morto após ser abordado por três policiais militares em São Gabriel, na fronteira Oeste, cobraram mais rigor do poder público, durante coletiva realizada na tarde deste domingo, em sua residência, na cidade de Guaíba, na Região Metropolitana. Eles também pediram a implementação de câmeras em viaturas e uniformes dos agentes de segurança.
“Quero que a legislação brasileira mude. Temos governadores para que?”, questionou o pai do jovem. “Gabriel serviu de exemplo para que possamos mudar isso. Deixar um órgão público fazer isso com o filho da gente é complicado, é uma dor que iremos levar para sempre”, lamentou.
Com receio de casos semelhantes, os pais de Gabriel pediram a implementação de câmeras corporais em ações da polícia. Eles também culparam o despreparo dos PMs pelo desfecho da abordagem.
“Precisamos preparar melhor os funcionários, psicologicamente. Eles não podem abordar a pessoa e a levar assim, do nada”, disse a mãe do adolescente. ” Tem que ter câmeras nas roupas e nos carros dos polícias. Isso tem que ser ‘para ontem’, é muito importante que eles tomem essa providência logo”, enfatizou.
O casal, no entanto, elogiou o trabalho da Polícia Civil e se mostrou satisfeito com a agilidade das investigações. Abatidos, os pais do jovem também fizeram questão de agradecer as manifestações de apoio prestadas pela população do município.
Nesta manhã, o sargento e os dois soldados investigados prestaram novo depoimento no Inquérito Policial Militar (IPM) da Brigada Militar (BM). Os três suspeitos negam envolvimento com a morte do jovem.