A queda de 4,85% no preço da gasolina entregue pela Petrobras às distribuidoras, anunciada nesta segunda-feira, 15, poderá determinar que a inflação oficial do país apurada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), confirme uma variação anualizada abaixo de 7% esse ano. A projeção é do economista André Braz, da Fundação Getulio Vargas (FGV). “Já começa a ficar mais provável”, admitiu, lembrando que a projeção anterior, de mercado, estava oscilando entre 7% e 7,2%
Caso confirmada, seria o menor patamar de inflação anual desde 2020 (4,52%), indicador que no ano passado foi de 10,06%. A influência da gasolina mais barata, acrescentou Braz, não ficará restrita à taxa anual, podendo chegar ao final de agosto com recuo em torno de 0,30% — as projeções para a taxa desse mês giravam em deflação de cerca de 0,20%.
O economista da FGV explica que a redução anunciada reflete o temor da recessão global, que influencia os preços de commodities no mercado internacional, como petróleo – com efeito em respectivos derivados, como gasolina. “Mas essa queda de 4,85% não vai ser repassada integralmente [no varejo]”, comentou ele.
O impacto total da redução será de um decréscimo de 0,15 ponto percentual “para período de 30 dias”, frisou. Braz comentou que o recuo no preço de gasolina tem maior impacto, no IPCA, do que a queda de 4% no preço do diesel, anunciada pela Petrobras na semana passada. “O diesel pesa apenas 0,3% no IPCA e esse recuo [da semana passada] deve ter influência, de decréscimo de 0,01 ponto percentual no indicador em 30 dias [a partir da vigência em 12 de agosto], disse o técnico.