Rosa Weber pede que PGR decida sobre investigar Moraes por ativismo judicial

Advogado acusa o ministro de cometer prevaricação e ativismo judicial ao impedir a divulgação de notícias falsas vinculando o PT ao PCC

Foto: Nelson Jr./SCO/STF

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) o pedido de um advogado para que o ministro Alexandre de Moraes, também integrante da Corte, seja investigado por suposto ativismo judicial e prevaricação. Moraes determinou a remoção de conteúdos falsos, por parte de parlamentares e sites, ligando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e à morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel.

O encaminhamento do pedido de investigação ocorre para que a PGR tome conhecimento do caso e as providências que entender cabíveis, avaliando se há indícios de crime e propondo — ou não — a abertura de um inquérito contra o ministro do STF.

Na decisão tomada em julho, Moraes ainda proibiu a divulgação de novas informações que relacionem o PT ao PCC e aplicou multa diária de R$ 15 mil para quem descumprir a ordem. Segundo o magistrado, as investigações do Poder Judiciário sobre a morte de Celso Daniel não constataram nenhum envolvimento do PT e, portanto, vincular o partido à organização criminosa é mentira.

Foram alvo da determinação de Moraes alguns parlamentares aliados ao presidente Jair Bolsonaro, como a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ). Sites como Jornal da Cidade e Jornal Minas Acontece, além de perfis como ZaqueBrasil e Titio 2021, também foram citados pelo ministro.

Após a decisão, um advogado apresentou uma petição ao STF contestando as ordens de Moraes e pedindo uma investigação sobre o magistrado. Segundo o advogado, a conduta do ministro “contém indícios fortes de que praticou tanto o ativismo político e judicial ao usar de seu cargo em prol de terceiro e em confronto com os direitos constitucionalmente assegurados de imprensa e livre expressão”.