A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu cinco dias para o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), explicar o motivo de mudar o local do desfile de 7 de Setembro e das comemorações do bicentenário da Independência, no Rio de Janeiro. Os eventos haviam sido marcados para acontecer no centro da cidade, mas foram transferidos para Copacabana, onde também está prevista uma manifestação política de apoiadores do governo.
A Rede Sustentabilidade contestou a decisão de Bolsonaro, alegando que a mudança teve motivação eleitoral. Para a legenda, ao levar o desfile militar para o mesmo ambiente que convocou apoiadores, o presidente demonstra evidente “abuso de poder político e econômico”.
Na decisão, Cármen Lúcia também determinou que a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestem sobre o caso em três dias. “Ultrapassados os prazos, com ou sem manifestação dos agentes e órgãos públicos indicados, retornem-me os autos com urgência”, finalizou.
Na terça-feira, em entrevista à Rádio Guaíba, o presidente voltou a convocar apoiadores para as manifestações no 7 de Setembro, mas descartou que os atos tenham o objetivo de confrontar instituições da República, como em 2021. “Da nossa parte, ninguém vai querer protesto para fechar isso ou fechar aquilo. Moralmente algumas instituições estão se fechando no Brasil. E dá para ganhar a guerra dentro das quatro linhas”, afirmou.