Um estudo recente publicado no periódico científico BMJ demonstrou que existem várias diferenças importantes entre o atual surto de varíola do macaco e os anteriores (em regiões endêmicas, na África). Entre elas, a possibilidade de a transmissão estar sendo feita por pessoas com poucos ou nenhum sintoma da doença.
“A compreensão dessas descobertas terá grandes implicações para o rastreamento de contatos, conselhos de saúde pública e medidas contínuas de controle e isolamento de infecções”, informaram os pesquisadores em comunicado.
A pesquisa se baseou em 197 casos confirmados de varíola do macaco de um centro de doenças infecciosas em Londres, entre maio e julho de 2022. Os voluntários eram homens, com idade média de 38 anos, e que se identificaram, em maioria (99,49%), como gays, bissexuais ou homens que fazem sexo com homens.
Apenas um quarto desses pacientes sabia que tinha tido contato com alguém que testou positivo para o vírus.
Sendo assim, a maioria das pessoas não conseguiu informar de quem havia pegado a doença. A situação colabora com a hipótese de que a transmissão do atual surto está acontecendo por meio de pessoas com poucos ou nenhum sintoma.
Vale ressaltar que isso não determina que a varíola do macaco não apresenta sintomas, mas sim que é necessário ficar atento para além dos sinais visíveis. Uma das maneiras recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é, por exemplo, diminuir o número de parceiros sexuais.