O ex-deputado federal Beto Albuquerque (PSB) oficializou, nesta segunda-feira, a retirada da candidatura ao governo do Estado. Em entrevista coletiva no início da tarde, ele também informou estar encerrando a vida pública de disputa. Pesou na decisão, sobretudo, o fato de o PSB não ter conseguido atrair outros partidos para uma coligação. Beto disse ter lutado muito para ser candidato a governador, mantendo conversas com a Federação Brasil da Esperança (constituída por PCdoB, PV e PT) e o PDT. Em seguida, reconheceu que, sem condições e possibilidades reais, não basta ser candidato.
“Nem o argumento, necessário numa eleição polarizada como essa, de ter um candidato com mais amplitude, com mais abertura, com mais capacidade de diálogo com a sociedade, com outros partidos, com outras ideologias foram suficientes para convencer esses companheiros, com os quais nós dialogamos ao longo desse período todo. Eu respeito muito a decisão da Federação do PDT de terem seus candidatos próprios, desejo sucesso, mas acho que a empreitada vai ser muito difícil aqui no Rio Grande do Sul, para o nosso campo de esquerda e centro esquerda”, disse Beto.
Entre os argumentos, o político também citou o tempo reduzido de propaganda eleitoral, de 40 segundos. “Ficamos sozinhos com 40 segundos de televisão. Não conseguimos montar uma estrutura necessária de campanha para a disputa igualitária. Portanto, me cabe dizer a todos vocês aqui que eu deixo de ser candidato a governador”, explicou. O partido havia anunciado o nome de Beto na convenção de 23 de julho.
Sem citar nomes, Beto também criticou partidos, segundo ele, preocupado com as bandeiras próprias e não com o Rio Grande do Sul. O ex-deputado federal deve seguir atuante no PSB, que vai manter chapa própria.
Segundo o presidente do PSB gaúcho, Mário Bruck, o palanque vai estar aberto a Luís Inácio Lula da Silva (PT), seguindo deliberação nacional. Ele ainda disse não ser possível construir uma aliança com o PT gaúcho, já que a legenda está fechado com o PSol. “Não é possível, porque o Partido dos Trabalhadores fechou aliança com o PSol, que declarou amplamente que onde o PSB estiver, eles não vão estar”, comentou.
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