Maior decepção com ministros foi com Mandetta, considera Bolsonaro

Declaração, que ocorreu nesta terça-feira, durante conversa com apoiadores, envolve prova para médicos

Foto: Isac Nóbrega/PR

O presidente Jair Bolsonaro (PL) contou, nesta terça-feira, que a maior decepção durante a atual gestão ocorreu com o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e com a possível aprovação do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida) para médicos formados no Brasil. “Uma covardia no Brasil todo. O Mandetta quase aprova o Revalida para todo mundo aí. Maior decepção da minha vida com um ministro foi isso aí. [Inaudível]. E antes queria aprovar o Revalida para as particulares”, disse Bolsonaro durante conversa com apoiadores, no Palácio do Alvorada.

O Revalida é uma prova de avaliação e qualificação exigida para médicos formados fora do Brasil. A medida é defendida por Mandetta também para os profissionais formado no país. O exame, no entanto, é alvo de críticas de Bolsonaro, que descartou a ação dias após ser eleito em 2018.

“Eu sou contra o Revalida para os médicos brasileiros, senão vai desaguar na mesma situação que acontece na OAB. Não podemos formar jovens e depois submetê-los a ser boys de luxo em escritórios de advocacia”, disse o presidente.

Mandetta acabou sendo exonerado do cargo, em abril de 2020, diante da divergência pública entre o presidente e o chefe da principal pasta do governo no combate à pandemia da Covid-19.

Mais Médicos
A exigência do Revalida havia sido um dos pontos anunciados pelo presidente eleito como requisito para a participação de Cuba no programa Mais Médicos, criado durante a gestão petista. Para as autoridades cubanas, o governo questiona a preparação dos médicos ao exigir que eles se submetam à revalidação do título para serem contratados no Brasil. Após declarações de Bolsonaro, o país decidiu deixar o programa.

O programa Mais Médicos, criado em 2013 pela ex-presidente Dilma Rousseff, buscou levar médicos a regiões distantes e periféricas do país. A vinda dos médicos cubanos, dispensando a validação do diploma dos profissionais, resultou de um convênio firmado entre os governos brasileiro e de Cuba, por meio da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Na ocasião, entidades médicas brasileiras questionaram o acordo.