Recomeçaram, na manhã desta segunda-feira, as obras de revitalização da Usina do Gasômetro, um dos símbolos de Porto Alegre, sob responsabilidade do consórcio RAC/Arquibrasil. Previstas para serem retomadas na semana passada, elas foram adiadas em razão de um ajuste no cronograma e da desistência da Fundação Bienal do Mercosul em utilizar o espaço interno da construção para a mostra de arte. O prazo de conclusão é de dez meses. Cerca de 45% dos trabalhos já haviam sido concluídos antes da parada.
A reforma começou em 2020, mas parou em outubro de 2021, com a demissão dos trabalhadores envolvidos, devido a um ajuste no contrato entre a Prefeitura e o consórcio responsável. Agora, a promessa do secretário municipal de Obras e Infraestrutura, André Flores, é de que a obra não pare mais. De acordo com ele, a obra é “fundamental para a cidade e prioritária para o governo”.
Inicialmente orçada em R$ 11,4 milhões, a revitalização da Usina teve o custo ampliado duas vezes: em 2021, para quase R$ 14 milhões, e neste ano, para R$ 16,5 milhões. Desse total, R$ 6 milhões já foram gastos, em áreas como piso e elevador. “Havia um erro no projeto. Precisamos fazer alguns aditivos muito grandes, se não ficaríamos sem frente de obras. Estamos apurando as responsabilidades internamente para saber o que houve. O importante é que daqui para a frente, já temos os valores para terminá-la”, completa o secretário. Havia a expectativa de reabertura da Usina para as comemorações dos 250 anos de Porto Alegre, o que não aconteceu.
Os recursos foram financiados junto ao Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF). Ainda conforme a prefeitura, após a conclusão da revitalização, a implantação das instalações elétricas deve durar mais quatro meses.
Antes da retomada, a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou, no fim de junho, a doação definitiva do prédio da Usina do Gasômetro à Prefeitura de Porto Alegre, bem como a incorporação do imóvel ao patrimônio municipal. Desde 1982, o local era apenas cedido à capital pela Eletrobras. Há a possibilidade de que o Executivo conceda a Usina à iniciativa privada, e projetos de possíveis usos seguem em estudo.