Nos domicílios com menor renda, 35,1% das viagens realizadas pelas famílias foram para tratamento de saúde. Os dados são da PNAD Contínua Turismo 2020-2021, divulgada nesta quarta-feira, 6, pelo IBGE, em parceria com o Ministério do Turismo e feita desde 2019. Em 2021, cerca de 85,4% das viagens tiveram finalidade pessoal, enquanto 14,6% foram profissionais. Os principais motivos pessoais de viagem são lazer (35,7%), visitas a parentes ou amigos (32,5%) e tratamento de saúde (19,6%). Essa última categoria inclui os trajetos feitos para consultas médicas, internações ou cirurgias e atendimento psicológico.
O lazer foi predominante como motivo de viagem entre os domicílios com rendimento domiciliar per capita igual ou superior a um salário mínimo. Nos lares com renda per capita de quatro ou mais salários mínimos, mais da metade (57,5%) dessas viagens pessoais foi feita por lazer.
Mas, entre as classes de rendimento abaixo de meio salário mínimo, a prioridade é outra: 35,1% das viagens se destinaram a tratamento de saúde. A visita a parentes ou amigos aparece em segundo lugar para esse grupo, com 31,4%, e apenas 14,3% delas foram feitas por lazer.
“O tratamento de saúde, que é bem significativo entre os motivos de viagens das classes com menores rendimentos, pode ser explicado pela necessidade de deslocamento de pessoas que moram em cidades pequenas, que muitas vezes não têm estrutura para realização de cirurgias, intervenções e outros tipos de tratamento”, diz a analista da pesquisa, Flávia Vinhaes.