O Rio Grande do Sul deixou de contar com leitos de tratamento intensivo exclusivos para pacientes diagnosticados com a Covid-19. A medida foi anunciada pela Secretaria Estadual da Saúde (SES) no início desta semana, junto da desativação de 479 leitos que deixaram de ser custeados pelo Ministério da Saúde em razão da queda na demanda.
O fim da reserva de vagas aos pacientes infectados com o coronavírus estava previsto para ocorrer na virada do ano. Entretanto, o início da circulação da variante Ômicron, que voltou a pressionar o sistema de saúde no início de 2022, adiou a mudança. Conforme a SES, a medida é meramente administrativa, já que os leitos em questão estavam sem uso.
Ao todo, mais de 1,5 mil leitos de UTI foram abertos emergencialmente no Estado para atender as pessoas com Covid-19. Destes, apenas 366 serão mantidos com verbas federais, como vagas gerais, abrindo a possibilidade de que sejam usados também por pacientes internados em decorrência de outras doenças.
Com isso, a rede de tratamento intensivo para adultos no Rio Grande do Sul passa a ser composta de 2.024 unidades – sendo 1.299 pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e 725 privadas. Na data do anúncio das mudanças, 1.813 estavam internados. Apenas 8,5% do total tinha diagnóstico de Covid-19; 2,9% ainda aguardavam confirmação.
De acordo com recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), os Estados devem manter ao menos um leito para cada 10 mil habitantes. O Rio Grande do Sul segue dentro desta margem, mesmo após as mudanças. Os pacientes com Covid-19 serão isolados nas UTIs gerais, evitando o contágio dos outros internados.