Se Brasil for para a esquerda, vai acabar como a Colômbia, diz Bolsonaro

Presidente se referiu à eleição de Gustavo Petro e também citou outros países sul-americanos onde a esquerda venceu

Foto: Anderson Riedel / PR / Divulgação

O presidente Jair Bolsonaro, que disputa a reeleição ao Planalto, afirmou neste sábado que se o candidato da esquerda vencer as eleições presidenciais em outubro, o Brasil vai acabar como a Colômbia. A declaração ocorreu durante evento religioso em Balneário Comboriú, em Santa Catarina.

“As pessoas precisam ser alertadas de que se o Brasil ir para o lado da esquerda, nós entraremos num trenzinho que começa com a Venezuela, passa pela Argentina, vai no Chile, e o penúltimo vagão está sendo a Colômbia”, disse Bolsonaro. A fala faz referência à vitória do candidato de esquerda Gustavo Petro nas eleições presidenciais da Colômbia no último domingo.

Petro venceu o populista Rodolfo Hernández no pleito. A chegada do ex-guerrilheiro à presidência da Colômbia é vista por analista como uma “nova onda rosa”. O termo se refere ao movimento político e eleitoral que levou líderes de esquerda ao poder nos principais países do continente latino-americano na virada do milênio. Os especialistas afirmam que essa tendência ocorre por descontentamento da população pelos governantes anteriores.

No discurso deste sábado, Bolsonaro afirmou que o serviço mais procurado na Colômbia tem sido a emissão de passaportes, pois “são pessoas que já pensam em abandonar seu país”. O mandatária brasileiro é crítico dos governos de esquerda na América Latina.

“Olha a Venezuela, país que tem as maiores reservas de petróleo, terreno rico, mas com a péssima administração. Passou a ter um povo pobre. As pessoas fogem daquele rico país que começou a ser mal administrado há 20 anos”, disse.

Bolsonaro fez o que classificou de “alerta ao povo”. Ele disse que para evitar situações vividas no país vizinho é preciso evitar que a bandeira do Brasil se torne vermelha. “Nós sabemos o que queremos, e não podemos aceitar passivamente aqueles que querem impor sua vontade sobre nós. Parece que estamos perto de Dubai (se referindo ao Balneário Camboriú), mas para perdermos essa pomposidade basta pintarem nossa bandeira de vermelho”, declarou. Essa foi a 13ª visita de Bolsonaro a Santa Catarina em 2020.

O evento deste sábado deveria ocorrer em 2 de julho, mas foi antecipado para permitir a participação de Bolsonaro. O mandatário estava acompanhado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Outros presentes na marcha foram o empresário Luciano Hang, das Lojas Havan, e o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães.

Também estava previsto que o presidente participasse de um almoço com pastores, políticos e empresários de Santa Catarina. Bolsonaro deve retornar a Brasília ainda na tarde deste sábado.