A área de internação pediátrica entrou em funcionamento no Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC), a fim de reforçar o atendimento das unidades de referência na especialidade no município. Foram abertos dois leitos na Sala Vermelha, destinada a pacientes que necessitam de estabilização clínica, outros dez na UTI pediátrica e mais dez leitos de internação, equipados em parceria com a Secretaria Estadual da Saúde (SES). O atendimento será feito por equipes de enfermagem e dois médicos pediatras intensivistas por turno. O Estado está como interventor do hospital desde 6 de abril, atendendo a uma liminar da Justiça para que assumisse a gestão em substituição ao administrador anterior, pelo prazo de até 120 dias, podendo ser prorrogado.
Conforme a secretaria, a abertura da área pediátrica foi possível em poucas semanas aproveitando a estrutura da UTI voltada para o atendimento a vítimas de Covid-19, recentemente desativada. A diretora assistencial do HPSC, Angélica Bellinaso, ressaltou que a nova estrutura nasce de uma demanda do Estado, que nos últimos dois meses necessitou de mais de 300 leitos para internação clínica e 40 para UTI pediátrica. Informou ainda que são leitos regulados pelo Estado, que vão atender às necessidades de outras unidades. “Este é um esforço comum com a Secretaria da Saúde, considerando o momento em que estamos vivendo”, disse Suelen Arduin, interventora do HPSC junto com Eleonora Gehlen Walcher.
A Secretaria da Saúde informou que, nos primeiros 60 dias sob intervenção, o Pronto Socorro de Canoas reduziu em 30% o tempo de internação dos pacientes. A nova gestão também propõe a habilitação dos dez leitos de UTI adulto para dar conta das necessidades da unidade.
A intervenção do Estado na gestão foi um pedido do Ministério Público como desdobramento da Operação Copa Livre, desencadeada em 31 de março, em que foram afastados das funções, por 180 dias, o prefeito Jairo Jorge, um assessor direto do gabinete dele, os secretários de Planejamento e Gestão e de Saúde e dois servidores. Sete empresas foram proibidas de contratar com o poder público. São investigados contratos da prefeitura com suspeitas de fraudes e irregularidades, que somariam R$ 66,7 milhões. Quando do início da intervenção, a prefeitura informou assegurar total colaboração à comissão interventora.