A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, nesta terça-feira, três convites para ouvir o ministro da Economia, Paulo Guedes, o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, e o ex-presidente da Petrobras José Mauro Coelho, que pediu demissão nessa segunda-feira. No caso dos dois primeiros, o requerimento era de convocação, de caráter coercitivo, mas acabou transformado em convite.
O pedido é que Guedes compareça à comissão para “prestar informações sobre o anúncio de mais um aumento do preço dos combustíveis”. Para Sachsida, o pedido é que ele esclareça “sobre o planejamento setorial de abastecimento de combustíveis no Brasil e medidas vislumbradas pelo governo para garantia desse abastecimento à população.”
Na justificativa, o autor do requerimento, senador Jean Paul Prates (PT-RN) disse que a Petrobras anunciou um novo aumento e o governo não assume a culpa “pelas consequências da política econômica adotada.”
José Mauro está sendo convidado a prestar “informações sobre as diretrizes recebidas para atuação da Petrobras, em especialmente no atinente aos investimentos realizados e preços praticados”. O químico pediu demissão, nessa segunda-feira, diante de pressões da Câmara e do Palácio do Planalto.
Na justificativa do requerimento, que também é de Jean Paul, o senador pontua que “especula-se que ameaças por parte de líderes governistas de convocação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito possa ter influenciado na decisão do ex-presidente”. “O Presidente da Câmara dos Deputados exigiu, recentemente, a renúncia imediata do senhor Coelho”, afirmou.
O senador frisou ser importante que o ex-presidente da Petrobras “esclareça qual mandato recebeu e qual tarefa buscou desempenhar, bem como os motivos pelos quais julga ter sido frustrada essa tarefa”.
As oitivas ainda não tiveram data marcada. Os convites foram aprovados com apoio também de senadores da base, como Marcos Rogério (PL-RO).
“Mais do que concordar, ratifico a necessidade da vinda dele [Guedes] à Comissão de Assuntos Econômicos para trazer esclarecimentos importantes a esta Comissão, a este Senado Federal, mas sobretudo ao povo brasileiro. Os brasileiros não suportam mais esse cenário, esse ambiente de absoluta ausência de previsibilidade. Aliás, tem uma previsibilidade: a previsibilidade é do caos, é de que o dia seguinte vai ser pior do que o dia atual, do que o dia anterior”, disse.