O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar a segurança do sistema eleitoral brasileiro durante agenda em Manaus neste sábado. Segundo ele, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, deveria se afastar do tribunal por ter sido ele o responsável por pautar o julgamento que levou à liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após condenação na Lava Jato pelo então juiz Sergio Moro.
“Como são feitas as apurações no Brasil? Numa sala-cofre, ninguém tem acesso. Basta lembrar que o relator da liberdade do Lula e agora ele está conduzindo as eleições. Deveria se declarado suspeito, mas não larga o osso”, afirmou. Fachin será substituído no cargo pelo ministro Alexandre de Moraes, que toma posse como presidente do TSE no dia 16 de agosto.
O presidente também criticou o ministro Luís Roberto Barroso, dizendo que ele teria se reunido com líderes no congresso que participavam da comissão que analisava a PEC do voto impresso para barrar o avanço da proposta. “[Ele] Foi pra dentro da Câmara, se reuniu com 11 líderes e determinou que o voto impresso não poderia ser aprovado. Eu não sei qual foi o charme do ministro Barroso para conseguir isso.”
“A imprensa diz que estou com medo de perder. Entrego [o cargo] sem problema nenhum [se perder], [mas] em eleições limpas. Numa democracia é comum perder uma eleição, mas não podemos perder a democracia numa eleição”, afirmou.
O presidente também disse que as Forças Armadas, que foram convidadas pelo TSE para integrar a comissão de transparência eleitoral, identificaram mais de 500 vulnerabilidades no sistema eleitoral. “Daí veio o senhor Fachin e falou que eleições são questões para forças desarmadas. Ué, me convidou pra entrar na tua casa, só vou sair daqui depois que comer um salgadinho e tomar uma Tubaína.”
O TSE já se manifestou diversas vezes sobre falas semelhantes do presidente, afirmando que o sistema eleitoral brasileiro é confiável e que nunca foi registrada qualquer fraude nas eleições realizadas com a urna eletrônica.
O Tribunal também já informou que recebeu 15 propostas das Forças Armadas de melhorias no sistema eleitoral, das quais dez foram aceitas, quatro estão em estudo para implementação nas próximas eleições e uma foi rejeitada.