A Petrobras anunciou nesta sexta-feira, 17, um novo aumento no preço dos combustíveis, depois de 99 dias do último reajuste da gasolina e 39 dias do diesel. Com o comunicado, o valor de venda para as distribuidoras passa de R$ 3,86 para R$ 4,06 no caso da gasolina e de R$ 4,91 para R$ 5,61 no diesel. O anúncio acontece depois de uma intensa queda de braço entre o governo e a Petrobras.
O conselho de administração da Petrobras chegou a ter uma reunião de emergência em meio ao feriado de quinta-feira, 16, para tentar resolver o impasse em torno do preço dos combustíveis. O encontro pegou os dirigentes da estatal de surpresa, não apenas por ser feriado, mas porque o tema não é da competência do conselho.
A reunião, chamada por insistência do ministro das Minas e Energia, Adolfo Sachsida e do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, serviu para reafirmar que o reajuste dos combustíveis é de responsabilidade da diretoria executiva, que pode anunciar nesta sexta-feira (17) um aumento nos preços dos combustíveis. O valor da alta não foi informado aos conselheiros.
Dados da Associação Brasileira dos Importadores e Combustíveis (Abicom) revelavam, antes do reajuste, que a defasagem chegava a 18% (R$ 1,08) no diesel e 14% (R$ 0,67) na gasolina frente às cotações internacionais. Os importadores admitiram, recentemente, que o custo de importação era maior que o valor comprado da Petrobras.
Já pelo Twitter, o presidente Jair Bolsonaro voltou a fazer duras críticas à Petrobras pelo novo reajuste. “O Governo Federal como acionista é contra qualquer reajuste nos combustíveis, não só pelo exagerado lucro da Petrobras em plena crise mundial, bem como pelo interesse público previsto na Lei das Estatais”, postou o presidente.
Em seguida, ele citou a possibilidade de uma greve de caminhoneiros, em decorrência do preço dos combustíveis.
“A Petrobras pode mergulhar o Brasil num caos. Seus presidente, diretores e conselheiros bem sabem do que aconteceu com a greve dos caminhoneiros em 2018, e as consequências nefastas para a economia do Brasil e a vida do nosso povo”.
CONGELAMENTO DO ICMS
Com a aprovação na quarta-feira, 15, na Câmara dos Deputados, do projeto que limita a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis, energia elétrica, transporte e comunicações, falta a sanção presidencial para a limitação entrar em vigor. Pelo texto, há uma imposição de 17% a 18% na alíquota do imposto sobre os chamados “bens e serviços essenciais”.