A titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Alvorada, delegada Samieh Bahjat Saleh, confirmou que uma perícia inicial apontou como causa da morte da menina Mirella Dias Franco, de três anos, “hemorragia abdominal causada por instrumento contundente”. À reportagem do Correio do Povo, ela observou que “ainda não saiu o laudo” do Instituto-Geral de Perícias, mas que teve acesso informal ao exame preliminar.
Mirella havia sido levada pelo padrasto na tarde da última terça-feira, já sem vida, até a Unidade Básica de Saúde no bairro Jardim Aparecida, em Alvorada. Havia marcas de múltiplas lesões no corpo dela, da cabeça aos pés.
O padrasto e a mãe da criança já prestaram um primeiro depoimento. O casal explicou que a menina tinha histórico de convulsões e quedas, algumas durante brincadeiras com a irmã mais velha. Eles não foram autuados em flagrante.
“Continuamos ouvindo testemunhas para verificar o contexto familiar e estamos buscando também os prontuários médicos”, adiantou a delegada. Sobre o rumo do inquérito, a titular da Deam de Alvorada observou que que nenhuma hipótese é descartada por enquanto.
A morte da criança causou revolta nas redes sociais e na comunidade local. No fim da tarde e começo da noite de quarta-feira passada, uma passeata pediu justiça. A caminhada com balões parou em frente à barbearia do padrasto. Os manifestantes invadiram o local, retiraram objetos e móveis e os queimados na calçada em frente.
De acordo com a investigação, o suspeito teve passagem pela polícia, em 2014, pelos crimes de ameaça e roubo. Vizinhos que vivem em frente à barbearia não sabiam se a criança sofria maus tratos, mas muitos não quiseram dar entrevista por medo, relatando que o homem tinha envolvimento com drogas.
No atestado de óbito, as causas descritas para a morte de Mirella foram choque hipovolêmico, hemorragia abdominal, lesão de vísceras e tipo de morte violenta.
