IGP aponta que falha em manutenção causou explosão de barril de chopp, com morte, em Campo Bom

Instituto sugere criação de legislação específica para comercialização do produto

Foto: Camila Diesel | Rádio Guaíba

A Polícia Civil indiciou por homicídio culposo o proprietário da empresa responsável pelo barril de chopp que explodiu em Campo Bom, no Vale dos Sinos, em setembro de 2021, causando a morte de Gilson do Nascimento. Conforme a análise do Instituto Geral de Perícias (IGP), houve falha na válvula reguladora da pressão, o que causou o incidente. O delegado Clovis Nei da Silva explicou, em entrevista coletiva na sede do IGP, nesta segunda-feira, que o indiciamento se deu em razão da falta de manutenção da válvula, avariada e fora da validade havia um mês.

O proprietário declarou, em depoimento, que era o responsável por realizar a manutenção. “Obviamente ele não queria o resultado, não teve o dolo, nem assumiu o risco, mas o fato presente dessa falha infere que haja a culpa. Então houve indiciamento por homicídio culposo”, disse Silva. A pena pode ser de um a três anos de reclusão.

A morte ocorreu em 17 de setembro de 2021, quando Gilson manipulou o equipamento durante a própria festa de aniversário. O cilindro de CO2 atingiu pressão de 48 bares, o limite da capacidade do barril, o que rompeu o fundo da estrutura. Com o recipiente projetado para cima, a vítima sofreu fraturas e hemorragia interna, além de ter sido projetada dois metros adiante.

O laudo, assinado pelos peritos Carlos de Santis, Henrique Herrmann e Jair Almeida, sugere que seja criada legislação específica para comercialização de barris no Brasil, “levando em conta que o cilindro de CO2 possui pressão elevada e sua utilização representa riscos aos ambientes”. Há uma norma internacional que estabelece que haja entalhe no fundo do barril, que auxilia do alívio da pressão, reduzindo o risco de explosão. O barril em questão não tinha esse dispositivo.