O preço do óleo diesel aumentou 96% nos postos de combustíveis do país nos últimos três anos. Os dados são do Dieese (Departamento Sindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e da , e apontam ainda que o reajuste nas refinarias foi ainda maior, de 165% no mesmo período.
Com o baixo nível dos estoques mundiais e a defasagem de preços em relação ao mercado internacional, o risco de falta de diesel entrou no radar da cadeia do produto, que já tem registro de problemas pontuais. Nesta semana, a FUP emitiu nota alertando para o risco de desabastecimento no início do segundo semestre.
Já o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo, afirmou que o Brasil não vai passar imune à escassez global do produto, principalmente se a Petrobras não alinhar seus preços aos do exterior. A defasagem é estimada em 2%, mas é sensível à variação do dólar e oscila.
O Brasil gastou só em abril US$ 1,4 bilhão com a importação de diesel fóssil, maior dispêndio mensal com importação de diesel desde novembro de 2012. No ano, as importações já somam US$ 3,4 bilhões, e a tendência é de que a conta fique ainda mais salgada no segundo semestre, se a já apertada comercialização de diesel no mercado internacional ficar mais estressada, como preveem especialistas.
O risco de um desabastecimento de diesel no segundo semestre no País levou o setor de biodiesel a defender o aumento da mistura do produto ao diesel, de 10% para 14%. Segundo o presidente do conselho de administração da Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio), Francisco Turra, essa seria uma opção para amenizar eventual impacto nas bombas de combustíveis.
(*) com Vinicius Primazzi, do R7