“O Brasil precisa controlar a saúva”, diz Lira sobre cobrança de impostos

Após reajuste na conta de luz, Câmara dos Deputados votará, nesta terça-feira (24), projeto de lei que desonera tarifa de energia

Foto: Paulo Sergio / Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou neste domingo que a Casa Legislativa sempre esteve a favor do que chamou ser de “essencial” ao país e que tal posição ficará “essencialmente clara” nesta semana, às vésperas da votação de projeto de lei que desonera tarifa de energia. “O Brasil precisa controlar a saúva, mais uma vez”, disse.

“Ou o Brasil acaba com a taxação excessiva de bens e serviços essenciais ou a excessiva taxação de bens e serviços acaba com o Brasil”, disse Lira nas redes sociais.

De acordo com parlamentar, essencial é que o “Estado tenha condições de proteger a população”. Ele também defendeu que haja tal previsão em lei.

Nesta semana, o presidente informou que haverá uma reunião, na terça-feira, com deputados da base e da oposição para tratar de uma matéria em tramitação na Câmara  sobre desoneração de tarifas de energia, de telecomunicações e de transporte.

Lira afirmou que a Câmara dos Deputados votará, ainda na terça, projeto de lei complementar que trata sobre o tema, de autoria do deputado federal Danilo Forte (União Brasil-CE). A matéria considera combustíveis, energia, comunicações e transporte como itens essenciais e indispensáveis, não podendo ser tratados como supérfluos.

“Este plenário terá a oportunidade de realmente dar um passo decisivo para contribuir com [a redução] do abuso dos impostos no que se refere a telecomunicações, energia, combustíveis e transportes”, disse Lira na ocasião na última quinta-feira.

Um dia antes, Lira pressionou o governo e cobrou publicamente sensibilidade por parte da Agência Nacional de Energia Elétrica diante do reajuste aplicado em ao menos quatro estados (Ceará, Bahia, Sergipe e Rio Grande do Norte).

Nos últimos 12 meses, até abril, a energia subiu 20,52% e superou a inflação geral de 12,13% no período. Depois das pendências com bancos, com alta de 18,75%, as dívidas não pagas de contas básicas de água e luz foram as que mais cresceram no mês passado, ante o mesmo período de 2021.

O aumento foi de 7,92%, segundo aponta um levantamento feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Com o desemprego elevado e a inflação em alta, as pessoas estão direcionando os gastos para o consumo básico de comida e até se arriscam a ter luz e água cortadas ao deixar de pagar a conta.