Como parte da mobilização nacional pela valorização das forças de segurança pública, servidores da Polícia Federal voltaram a pressionar o governo federal, nesta quinta-feira, pela assinatura da medida provisória que determina a reestruturação das carreiras policiais da União. Em Porto Alegre, dezenas de trabalhadores vinculados ao Sindicato dos Policiais Federais do RS (Sinpef-RS) se reuniram para um ato na sede da superintendência da instituição e serviram uma pizza gigante como forma de protesto. Uma faixa na entrada da sede exibia a mensagem “Desvalorizar os policiais federais é fortalecer a corrupção”.
No interior, a mobilização ocorreu em 13 unidades. O presidente do Sinpe-RS, Julio Cesar Santos, critica o recuo do presidente Jair Bolsonaro, que se comprometeu com a categoria e aprovou a lei de diretrizes orçamentárias (LDO) de 2023, que prevê R$ 1,7 bilhão para a reestruturação de cargos e carreiras da corporação. Apesar do longo período de negociações, Santos explica que Bolsonaro ainda não sancionou a medida provisória que trata do tema. “Compramos uma pizza para materializar essa questão. A gente não quer que isso se transforme em pizza”, ironiza.
Santos reforça que o valor destinado para a categoria está previsto na LDO e que, apesar de aprovado, falta ‘vontade política’. Ele também se disse surpreendido com a fala do governo, que aceitou recuar devido a pressão de outras categorias do funcionalismo. Por ora, ele garante que a categoria não fala em paralisação, mas as mobilizações vão continuar em todo país.
Na próxima quinta-feira, a categoria deve voltar a protestar. No dia 1º de junho, os policiais devem fazer uma caravana até Brasília. “A gente espera que o governo, até lá, acene com alguma coisa, no sentido de a gente parar esse movimento e realmente colocar todos os nossos esforços voltados ao trabalho, que é isso que a sociedade quer”, completa.