O Sindicato dos Servidores do Irga (Sindsirga) discute a possibilidade de paralisação da categoria em assembleia, nesta quinta-feira. O objetivo é pressionar o governo pela aprovação de um projeto que confere realinhamento salarial aos servidores, o que não ocorre há dez anos. O texto tramita na Secretaria da Fazenda desde 3 de fevereiro com prazo final para aprovação em 4 de julho, cumprindo com a Lei da Responsabilidade Fiscal.
O presidente do Sindsirga, Michel Kelbert, relata que o Conselho Deliberativo do órgão, formado por diretores e produtores, condicionou a aprovação do aumento à homologação do acordo de pagamento da dívida do instituto. “O conselho concorda com tudo, porém eles estão presos ao acordo da dívida”, explica. Após reunião com o Conselho Deliberativo do instituto, nesta terça-feira, houve uma manifestação dos servidores, que foram até a Secretaria da Agricultura (Seapdr), em Porto Alegre. Lá, receberam promessa de envio de um parecer sobre a questão em 24 horas, de acordo com Kelbert.
Segundo o presidente do Irga, Rodrigo Machado, os servidores se manifestaram dentro da normalidade, reiterando a importância do realinhamento salarial. De acordo com Machado, a homologação do acordo de dívida é um assunto do governo e depende da adesão do Estado ao regime de recuperação fiscal, que deve ocorrer até o fim do mês de maio. Machado reforça que o Conselho Deliberativo do Irga trabalha “há muito tempo para contemplar essa pauta dos servidores”.
Ao mesmo tempo, o presidente do sindicato reclama da falta de informação e comunicação por parte da administração do instituto, que, segundo ele, não apresentou claramente os prazos e cronogramas para a homologação do acordo de dívida. Ele também cobra do Conselho Deliberativo um plano secundário para a aprovação do realinhamento salarial, caso o acordo de dívida não seja homologado a tempo. Ele adianta que não sabe se vai haver greve, mas alerta que, de qualquer forma, “as coisas vão parar”.