Com o anúncio do reajuste de 8,8% no valor do diesel nas refinarias, que será válido a partir desta terça-feira, 10, o valor do combustível acumula uma alta de 49% nos últimos 12 meses e pressiona a inflação. Conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizado entre 01 e 07 de maio, antes do aumento o preço médio do óleo diesel no País era de R$ 6,63 por litro, 0,3% acima da semana anterior.
No Rio Grande do Sul, o preço médio praticado era de R$ 6,38, e um valor máximo de R$ 7,14. Dentro do estado, Novo Hamburgo comercializava o valor mais baixo, com R$ 6,05, seguido por Sapiranga com R$ 6,08. O valor médio mais alto era negociado em Bagé, com R$ 6,84.
“O diesel pesa cerca de 0,5% no IPCA (índice oficial da inflação), então em termos de impacto direto no índice é pequeno. Mas o grande problema é o efeito espalhamento, na difusão da inflação que isso causa”, explica o economista Matheus Peçanha, pesquisador do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia).
Além disso, segundo o economista, o reajuste terá efeito no valor do transporte público, porque é usado como combustível de vans e ônibus, além de atingir outros setores industriais, já que praticamente todos despacham produtos por caminhões, então haverá alta do preço do frete. “Esse é o principal efeito do aumento do diesel. Esse aumento vem na esteira de aumentos sucessivos que já somam mais de 50% no acumulado dos últimos 12 meses, então tudo isso é uma bomba para a inflação, que já está espalhada”, avalia Peçanha.
Apesar de o número representar uma desaceleração (da melhora da inflação), ainda é uma notícia ruim, de acordo com o pesquisador, porque esse reajuste estava represado nos últimos 50 dias, o que sugere que a Petrobras continuará repassando os valores.