De titular incontestável ao longo das últimas temporadas à bode expiatório da má fase do clube, Rodrigo Dourado ressurge das cinzas no setor de meio-campo do Inter. Com Alexander Medida, foi escanteado. Agora, com Mano Menezes, o volante começa a ganhar espaço novamente no elenco – no empate contra o Juventude, o camisa 13 foi novamente titular sob o comando do novo treinador, que já mencionou a “missão” de recuperar o jogador.
“Entendo que uma derrota dura tende a apontar culpados. Mas, se eu tivesse em qualquer clube do Brasil e me oferecessem o Dourado, faria questão de contratar. Aqui temos ele e temos que usá-lo”, disse o Mano após a vitória contra o Independiente de Medellín, pela terceira rodada da Sul-Americana, em abril. A partida marcou o retorno do volante à titularidade, algo que não acontecia desde a oitava rodada do Gauchão, na derrota para o São José.
Desde a chegada do ex-treinador Cacique Medina, Dourado viu a contratação de diversos jogadores para a posição. Nomes como Liziero, Jhonny e Gabriel eram as opções do técnico uruguaio. No esquema de Mano, o camisa 13, cria da base do Inter, ganhou espaço mais pela segurança defensiva e deixa em aberto a disputa com Gabriel no setor.
“O Gabriel ‘morde’ mais na comparação com o Dourado. Para mim, o Dourado é mais jogador tecnicamente, mas nesse momento o que tu precisa mais é índice de competição, intensidade e um cara mais competitivo. E o Gabriel é mais competitivo que o Dourado. Por que? Porque ele é o volante que enche o saco do adversário”, pondera o comentarista da Rádio Guaíba, Carlos Guimarões.
É bem verdade que dentro das quatro linhas, Dourado sempre teve um estilo mais “clássico” de jogo do que um estilo propriamente dito de enfrentamento. Sob o comando de Mano, o volante foi utilizado em todos os jogos – em cinco jogos, dois como titular (Independiente Medellín e Juventude), e só não foi utilizado no empate sem gols diante do Avaí, na quarta rodada do Brasileirão.
Ao todo, Dourado tem 13 aparições nesta temporada, com uma assistência distribuída em 743 minutos em campo. Conforme o site Foostats, somente no Brasileirão, o jogador é o quinto em desarmes no Inter com três partidas. Gabriel, seu concorrente, aparece em primeiro com 10 desarmes certos.